O fim de semana de Elon Musk, pessoa mais rica do mundo, devia estar bem monótono. Só isso explica as maluquices a que ele submeteu o Twitter nos últimos dois dias.
O QUE HOUVE? Depois de banir e restabelecer o acesso de jornalistas ao Twitter, Musk implementou uma nova regra draconiana: proibiu os usuários de mencionarem redes sociais rivais.
Em uma página na ajuda do Twitter já removida (veja no cache do Google), a plataforma informava que passava a ser proibido postar e inserir na “bio” plataformas e agregadores de links.
Citava, nominalmente, as redes Facebook, Instagram, Mastodon, Truth Social, Tribel, Post and Nostr. E no caso dos agregadores, linktr.ee e lnk.bio.
Perfis cujo uso principal fosse “promover conteúdo em outra plataforma social” poderiam ser suspensas.
O QUE MAIS? A suspensão alcançou Paul Graham, um dos investidores mais influentes do Vale do Silício.
No domingo (18.dez), ele postou que a nova regra que proibia links para outras redes era “a gota d'água” e disse, no mesmo post, que poderia ser encontrado no Mastodon. Horas depois, sua conta foi restaurada no Twitter.
This is the last straw. I give up. You can find a link to my new Mastodon profile on my site.https://t.co/bbmZ4yvAJH
— Paul Graham (@paulg) December 18, 2022
REPERCUSSÃO. A decisão de Musk foi amplamente repercutida e pode(ria?) ter sérias implicações dos dois lados do Atlântico.
A regra é uma violação direta do Digital Markets Act, vindoura legislação europeia que tenta restabelecer a competitividade em setores dominados pela big tech.
Nos Estados Unidos, a medida tornaria o Twitter equivalente a publicações jornalísticas, portanto sem a proteção garantida por lei que isenta plataformas de responsabilidade jurídica sobre o conteúdo publicado pelos usuários.
O próprio Musk definiu esse enquadramento:
Exactly. Twitter should be easy to use, but no more relentless free advertising of competitors. No traditional publisher allows this and neither will Twitter.
— Elon Musk (@elonmusk) December 18, 2022
Após reverter a medida, o perfil oficial @TwitterSafety subiu uma enquete perguntando aos usuários se a malfadada política deveria existir ou não.
Should we have a policy preventing the creation of or use of existing accounts for the main purpose of advertising other social media platforms?
— Twitter Safety (@TwitterSafety) December 19, 2022
PEDIU PARA SAIR. No final da noite de domingo, após desfazer todas as lambanças do fim de semana, Musk subiu uma nova enquete perguntando se deveria deixar o cargo de CEO do Twitter.
O resultado da enquete, finalizada na manhã desta segunda (19.dez), deu “sim”, com 57,5% dos 17,5 milhões de votos.
Should I step down as head of Twitter? I will abide by the results of this poll.
— Elon Musk (@elonmusk) December 18, 2022
Musk ainda não se manifestou. Antes do resultado, porém, ele havia citado alguns empecilhos a uma possível vitória do “sim”, como a exigência de que o novo CEO invista “todas as suas economias” no Twitter, uma empresa que, segundo Musk, caminha em ritmo acelerado à falência desde maio.
Post feito em parceria com o Manual do Usuário
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