O Twitter está tentando obter licenças para atuar como uma espécie de banco nos Estados Unidos.
COMO ASSIM? Segundo fontes ouvidas pelo Financial Times, a empresa de Elon Musk pediu licenças em vários estados norte-americanos e está desenvolvendo software para oferecer pagamentos.
Embora o Twitter já tivesse uma subsidiária especializada em pagamentos, o Twitter Payments, o trabalho tem sido liderado por Esther Crawford, uma espécie de braço direto de Musk dentro da empresa-mãe.
A investida é parte importante do plano de Musk para transformar o Twitter em um “super app”.
Além de viabilizar pagamentos para criadores de conteúdo, a visão de Musk prevê a compra e venda de bens e a transferência de valores entre usuários.
HISTÓRICO. Em novembro de 2022, logo após Musk assumir o Twitter, a empresa obteve uma licença para processar pagamentos junto ao Tesouro dos EUA.
As licenças estaduais são o segundo e mais demorado passo. A expectativa é que demore até um ano para obter todas as necessárias para um grande lançamento.
CONTEXTO. Transformar o Twitter em um “super app” é a aposta de Musk para compensar a perda de receita com publicidade, fruto do (des)controle de conteúdo na plataforma.
Em uma apresentação feita a investidores em maio de 2022, quando tentava convencê-los a bancar a compra da rede social, Musk dizia que o Twitter poderia gerar cerca de US$ 1,3 bilhão em receita de pagamentos em 2028.
OK, MAS… O Twitter vai entrar em um setor bastante competitivo nos EUA, com empresas/serviços como Venmo, Cash App e Zelle bem estabelecidos, além de gigantes da costa Oeste que também estão tentando morder uma fatia, como Apple e Meta.
Além disso, especialistas apontam que serviços financeiros exigem um grande esforço em compliance, com a exigência de políticas do tipo KYC (“conheça seu cliente”) e monitoramento de transações atípicas, a fim de combater crimes financeiros.
E… bem, o Twitter de Musk não é conhecido pelos seus controles de moderação ou cuidado com o que rola na plataforma, resultado da visão permissiva do bilionário e do desmonte feito por ele nos quadros de funcionários e terceirizados.
Via Financial Times (em inglês, com paywall).