Em um comunicado à imprensa publicado nesta terça-feira (28.fev
), a Meta atribui a culpa pelos atos golpistas de 8.jan.2023 integralmente a "infratores da lei".
“É natural que conteúdos sobre grandes acontecimentos apareçam nas redes sociais, pois é assim que as pessoas se comunicam há anos. Mas a responsabilidade pelos acontecimentos ocorridos no Brasil em 8 de janeiro é de quem infringiu a lei ao invadir e destruir prédios públicos.”
Em seu blogpost, a plataforma reportou o trabalho feito antes e depois das eleições à luz dos atentados terroristas de 8 de janeiro em Brasília. A empresa defendeu a necessidade de "uma regulação clara e consistente a ser seguida por todas as plataformas".
Em tom defensivo, a Meta divulgou números de remoção de conteúdo entre 16.ago.2022 (data de início da campanha eleitoral) até 8.jan.2023:
+1 milhão
de conteúdos do Facebook e+960 mil
do Instagram por violações às políticas de violência e incitação;+570 mil
conteúdos do Facebook e+520 mil
do Instagram por violações às políticas de discurso de ódio;+380 mil
conteúdos do Facebook e+630 mil
do Instagram por violações às políticas de bullying e assédio.
MAIS ARGUMENTOS. Segundo a empresa, o trabalho para proteger as eleições brasileiras “começou mais de um ano antes da votação e não terminou após o segundo turno”. E incluiu mudanças em produtos e políticas dos produtos, e na parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Na Meta, temos trabalhado por muitos anos no combate ao discurso de ódio, incitação à violência e desinformação usando uma série de ferramentas e métodos. E a ideia de que não agimos para proteger as eleições no Brasil de 2022 simplesmente não é corroborada pelos fatos ou dados", disse a empresa.
O QUE MAIS? Além das remoções com base em suas próprias políticas e regras de uso, a Meta afirma que colaborou com as autoridades brasileiras, removendo conteúdo e preservando-o para a Justiça.
O texto da Meta, que não é assinado, traz posicionamentos bem firmes. Diz, por exemplo, que entre conteúdos que violam as políticas de violência e incitação “incluíam posts pedindo intervenção militar”.
Por fim, diz que empresas privadas não deveriam “tomar tantas decisões importantes sozinhas” e pede por regulação.
Desde o início da campanha eleitoral, organizações da sociedade civil, acadêmicos e veículos de imprensa – como o Núcleo - apontaram as ações insuficientes de plataformas como Facebook e Instagram em frear a disseminação de conteúdo que atacava o processo eleitoral e a democracia brasileira.