O Twitter liberou a troca de mensagens diretas (DMs) com criptografia.
O recurso, há muito prometido por Elon Musk e considerado uma boa prática de privacidade, ainda é bem fraco no Twitter em comparação a outros aplicativos, como Signal e WhatsApp.
COMO ASSIM? A Wired reparou que o Twitter está chamando o recurso apenas de “mensagens criptografadas”, sem o “de ponta a ponta”.
Apesar disso, a descrição do recurso dá a entender que as mensagens são criptografadas de ponta a ponta, ou seja, que apenas os participantes de uma conversa podem lê-las em seus próprios dispositivos.
Isso não significa, porém, que a implementação do Twitter é boa. Pelo contrário, a própria empresa apresenta uma longa lista de problemas. Por exemplo:
- A criptografia só funciona em conversas entre indivíduos/não funciona em grupos;
- A criptografia é opcional e desativada por padrão;
- DMs criptografadas ficam restritas a dispositivos já em uso. Se você logar em um novo computador ou trocar de celular, elas não aparecerão;
- Não há proteções contra ataques do tipo “man-in-the-middle”, o que permite que alguém malicioso ou do próprio Twitter intercepte DMs criptografadas trocadas entre dois usuários;
Talvez o pior problema é que as DMs criptografadas só estão disponíveis para usuários pagantes do Twitter Blue. Ambos precisam ser assinantes.
OK, MAS… Musk disse, no Twitter, que o padrão almejado é que mesmo que alguém aponte uma arma para sua cabeça exigindo acesso a DMs, ele nem ninguém no Twitter possa ser capaz de entregá-las.
O exemplo não é original. Em sua passagem pelo Brasil recentemente, a presidente do Signal, Meredith Whittaker, disse algo similar:
Se você apontar uma arma para mim e pedir dados dos usuários, vai ter que atirar.
A diferença é que o Signal de fato funciona assim. O Twitter, por ora, não, e Musk não esconde isso: “teste [as DMs criptografadas], mas não confie nelas por enquanto”, disse o bilionário.
Via Wired, Twitter (ambos em inglês).
Post feito em parceria com o Manual do Usuário
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