O Twitter falhou em conter o compartilhamento de conteúdo de pornografia e abuso infantil, conforme apontado por uma análise de pesquisadores do Observatório da Internet da Universidade de Stanford, reportada inicialmente pelo Wall Street Journal.
A chefe de segurança do Twitter, Ella Irwin, confirmou ter pedido demissão da rede social na última quinta-feira (1.junho.2023).
Logo após assumir o controle da empresa, em nov.2022, Elon Musk declarou que “acabar com a exploração infantil é a prioridade número #1”.
FEV.2023: Uma investigação do New York Times apurou que após cortar boa parte de sua equipe de moderadores e parar de pagar por software de detecção de conteúdo, o Twitter estaria falhando em conter o fluxo de tweets de pornografia infantil na plataforma.
Ainda em fevereiro, a plataforma disse ter suspendido 404.000
contas que criaram ou se envolveram com material de exploração sexual infantil, representando um aumento de 112%
nessas suspensões desde nov.2022.
JUN.2023: Baseando-se em um conjunto de dados de aproximadamente 100.000
tweets, os pesquisadores identificaram, entre março e maio de 2023, mais de 40
imagens publicadas no Twitter contendo material de abuso sexual infantil.
Segundo o WSJ, os pesquisadores informaram a equipe do Twitter sobre suas descobertas e que o problema parecia ter sido resolvido em maio de 2023.
Em resposta, a plataforma disse, na semana passada, ter aprimorado aspectos do sistema de moderação de conteúdo e pediu aos pesquisadores que os alertassem caso algo novo fosse detectado. Mas agora a API do Twitter é privada e extremamente cara.
"Esperamos que o Twitter decida retomar seu envolvimento com pesquisadores acadêmicos para proteger sua plataforma contra manipulações indevidas", afirmaram dois dos acadêmicos que lideraram o relatório.
EM 2022: O Twitter tinha planos de monetizar canais de conteúdo adulto a partir de um serviço de assinatura, semelhante ao que faz o Only Fans. O projeto foi interrompido após funcionários descobrirem que a plataforma é incapaz de detectar e moderar conteúdos relacionados a pornografia, incluindo nudez consensual e imagens de abuso infantil.
Via Wall Street Journal (em inglês)
Twitter/X