Moderadores terceirizados da OpenAI no Quênia afirmam ter sido explorados

Durante tempo em que trabalharam revisando conteúdo para a OpenAI, os moderadores dizem ter sofrido trauma psicológico

Quatro moderadores de conteúdo para a OpenAI no Quênia apresentaram uma petição ao governo queniano, pedindo uma investigação sobre condições degradantes para os terceirizados que revisam conteúdos que alimentam modelos de inteligência artificial.

Os moderadores afirmam ter sofrido trauma psicológico, receber baixos salários e passar por demissões abruptas enquanto trabalhavam para a empresa Sama em 2021 e 2022, revisando conteúdo para a OpenAI.

O QUE HOUVE. A Sama encerrou sua divisão de moderação de conteúdo em mar.23 após ser processada várias vezes por ex-funcionários que a acusaram práticas antissindicais, discriminação racial e outros crimes.

A Meta, proprietária de Facebook, Instagram e WhatsApp, enfrentou processos de ex-moderadores terceirizados da empresa. Em jun.23, um tribunal queniano considerou a Meta o principal empregador dos moderadores, rejeitando a tentativa de distanciamento trabalhista da plataforma. Os contratos dos moderadores foram estendidos e as demissões temporariamente proibidas.

Os 51 moderadores em Nairóbi, capital do Quênia, que trabalhavam para a OpenAI pela Sama revisavam textos e algumas imagens, muitos deles retratando cenas gráficas de violência, estupro, abuso infantil e outros conteúdos perturbadores, segundo os peticionários.

Enquanto trabalhavam para a Sama em 2021 e 2022, revisando conteúdo para a OpenAI, os moderadores alegam que sofreram trauma psicológico, baixos salários e demissões abruptas.

O QUE DIZ A EMPRESA. Os moderadores alegam que não foram devidamente informados sobre a brutalidade do conteúdo e não receberam apoio psicológico adequado. A Sama respondeu dizendo que os moderadores tinham acesso a terapeutas de saúde mental licenciados e a benefícios médicos para reembolso de consultas com psiquiatras.

Quanto às alegações de demissão abrupta, o porta-voz da Sama afirmou ao jornal The Guardian que a empresa notificou os funcionários sobre o encerramento do projeto ChatGPT e ofereceu oportunidades em outros projetos.

Via The Guardian (em inglês)

Texto Sofia Schurig
Edição Sérgio Spagnuolo

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