Uso de inteligência artificial pelo Judiciário promete em 2024

Reino Unido autorizou uso de IA por juízes para algumas tarefas, enquanto no Brasil CNJ criou grupo de trabalho para regular prática

O uso de inteligência artificial pelo judiciário tem começado a ser regulamentado no Brasil e em outros países, avançando como ferramenta de uso recorrente para juízes e tribunais.

No Reino Unido, nesta semana, foi autorizado o uso de robôs de inteligência artificial por juízes no dia-a-dia, com a ressalva de proibir sua utilização na criação de argumentos jurídicos ou na redação de decisões.

Esta é uma das primeiras (senão a primeira) diretriz oficial sobre o uso de IA no judiciário no mundo.

BÁSICO, E SÓ. A orientação britânica permite que juízes utilizem ferramentas de IA para pesquisa ou tarefas administrativas, mas restringe seu uso em outras áreas, como a formulação de sentenças, devido ao risco associado à “natureza aberta” dessas ferramentas.

RESSALVAS. O documento de orientação destaca que as respostas de IA “podem ser imprecisas, incompletas, enganosas ou tendenciosas” e sugeriu que grandes modelos de linguagem “constituem uma abordagem inadequada para conduzir pesquisas em busca de novas informações que não podem ser verificadas”.

As diretrizes recomendam que os juízes verifiquem a precisão das respostas antes de finalizarem suas decisões.

ENQUANTO ISSO, NO BRASIL… No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda não estabeleceu procedimentos para o uso de IA no sistema judiciário.

O desdobramento mais recente foi na semana passada, após o presidente da entidade, ministro do STF Luís Roberto Barroso, assinar uma portaria criando um grupo de trabalho para analisar o uso de IA no judiciário, com um prazo inicial de um ano, podendo ser prorrogado.

O primeiro caso conhecido de um membro do judiciário brasileiro utilizando um chatbot de IA ocorreu em novembro, quando um juiz no Acre criou uma jurisprudência fictícia do STJ usando o ChatGPT. Atualmente, o CNJ está investigando o caso.

REGULAMENTAÇÃO A CAMINHO. O grupo de trabalho terá a responsabilidade de elaborar uma regulamentação abrangente para o uso de IA no judiciário brasileiro, englobando modelo de governança, auditorias, estudos de mapeamento e gerenciamento de riscos. Além disso, o grupo estabelecerá as circunstâncias em que o uso da IA será permitido, regulamentado ou proibido.

Eles deverão seguir a resolução 332/2020 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que define parâmetros e destaca princípios e diretrizes gerais para o uso de tecnologias no judiciário.

JANUS. Recentemente, Tribunal Regional Eleitoral da Bahia cedeu o uso do seu sistema de inteligência artificial, chamado de Janus, para o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba e diversos outros TJs.

Baseado na plataforma Sinapses, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Janus foi lançado em 2021 com o objetivo ajudar na prestação de contas eleitorais.

Via Gizmodo e Reuters (ambos em inglês)

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