O Substack voltou atrás, mas bem pouco, da decisão de manter newsletters neonazistas na plataforma.
O QUE HOUVE? Nesta segunda (8.jan), a Platformer, newsletter de tecnologia de Casey Newton que é hospedada no Substack, informou que os três fundadores do Substack concordaram em excluir algumas publicações do tipo.
OK, MAS… O trio, porém, afirma que não se trata de uma mudança de postura, mas sim da aplicação das diretrizes de conteúdo, que proíbem conteúdo de incitação à violência física.
Nesta terça (9.jan), o site The Verge soube, pela assessoria de imprensa do Substack, que apenas cinco newsletters serão removidas.
O QUE MAIS? Na nota enviada à Platformer, os fundadores dizem ter ouvido os usuários.
Em resposta à crise de imagem, que se arrasta desde dez.2023, eles disseram estar trabalhando em novas ferramentas de denúncia de violações das diretrizes de conteúdo.
CONTEXTO. Em nov.2023, a revista The Atlantic publicou reportagem denunciando a presença de newsletters nazistas no Substack.
Elas estariam se usando recursos do Substack para acelerar o crescimento da base de inscritos e para gerar receita com assinaturas.
Quando uma newsletter ativa assinaturas pagas no Substack, o Substack passa a faturar em cima dela.
Em 21.dez.2023, os co-fundadores do Substack publicaram uma nota afirmando que não removeria tais newsletters, pois acreditam que o debate é a melhor maneira de “tirar o poder das ideias ruins”.
Mais de 240 escritores com newsletters no Substack publicaram uma carta aberta pedindo para que o serviço reconsiderasse tal posição.
Outros escritores assinaram outra carta aberta em sentido contrário.
REINCIDÊNCIA. O Substack se defende dizendo que oferece apenas a infraestrutura para newsletters e que, portanto, não tem o dever de moderá-las.
Nos últimos anos, porém, o serviço lançou diversos recursos que o aproxima de plataformas sociais/redes sociais, como sistemas de recomendação e o Notes, clone do X (antigo Twitter).
Não é a primeira vez que o Substack se envolve em uma polêmica do tipo.
Em abr.2023, Chris Best, um dos co-fundadores e CEO do Substack, disse em um podcast que o Substack não baniria uma newsletter racista que usasse o serviço.
Via Platformer (em inglês).