Google vai destruir bilhões de dados coletados no modo anônimo do Chrome

O acordo estipula uma série de medidas para os próximos cinco anos, obrigando o Google a modificar suas práticas sobre a navegação anônima.

O Google destruirá bilhões de dados de usuários que utilizaram o modo anônimo do seu navegador Chrome, após uma ação coletiva nos Estados Unidos em 2020 acusar a empresa de coletar dados sobre as atividades dos usuários desde 2016, contrariando suas próprias promessas de privacidade.

O processo acusa o Google de não ter comunicado de maneira clara em suas publicidades e políticas de privacidade os tipos de dados coletados dos usuários, incluindo informações sobre quais sites foram visitados.

ACORDO. A empresa já havia admitido que coletava os dados em janeiro, e este novo compromisso é parte de um acordo para concluir o processo.

Segundo o Wall Street Journal, o acordo estipula uma série de medidas para os próximos cinco anos, obrigando o Google a modificar suas práticas sobre a navegação anônima. Em jan.24, a empresa já havia dito que planeja acabar com os cookies no Chrome até o final do ano.

Além de eliminar bilhões de dados coletados inadequadamente, a empresa deverá também revisar suas políticas para esclarecer o que é coletado no modo privado e permitir que os usuários desativem cookies de terceiros nessa navegação.

INTERNOS. Como é de praxe em casos assim, a ação acabou revelando emails internos do Google que mostram executivos da empresa discutindo o marketing associado ao modo anônimo do Chrome.

A diretora de marketing do Google, Lorraine Twohill, alertou o CEO Sundar Pichai em 2019 que a navegação anônima não deveria ser chamada de “privada” porque corria o risco de “exacerbar equívocos conhecidos”.

“Estamos limitados em quão fortemente podemos comercializar o Incognito [Anônimo] porque ele não é verdadeiramente privado, exigindo assim uma linguagem de cobertura realmente confusa que é quase mais prejudicial”, escreveu Twohill, em outro email.

INDENIZAÇÕES. Uma das exigências do processo era uma compensação de US$ 5 bilhões e, conforme a CBS, a quantia final do acordo foi ainda maior.

O acordo recente não contempla danos a usuários individuais, mas cria abertura para que se iniciem novos casos. Os advogados dos reclamantes já protocolaram outras cinquenta ações no tribunal estadual da Califórnia, onde o processo foi conduzido.

OUTROS PROCESSOS. O Google ainda enfrenta outras três ações judiciais na esfera federal dos EUA.

Via Wall Street Journal e CBS (ambos em inglês)

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