A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, paga R$ 0,45 centavos por post para moderadores de conteúdos brasileiros, aponta reportagem do Intercept Brasil, produzida em parceria com Sofia Schurig, repórter do Núcleo.
Os moderadores são terceirizados por meio da Appen, empresa que tem contratos com outras big techs, como o Google. A reportagem também aponta que, por ser um trabalho exaustivo e mal pago, muitos dos trabalhadores optam por usar o ChatGPT da OpenAI para avaliar as publicações.
FAKE NEWS. Recentemente, surgiram muitos posts contendo notícias falsas sobre o Rio Grande do Sul. “Eu sei que é difícil o que as pessoas estão passando, mas eu não aguento mais ver notícias de lá”, disse uma pessoa que trabalha na checagem de conteúdos.
ANÚNCIOS. Outro projeto envolve a checagem de anúncios na Meta. Um dos documentos obtidos pela reportagem descreve que o trabalhador deve, após assistir a anúncios rejeitados pelo Instagram, considerar se o anúncio é ofensivo, prejudicial ou inadequado, e avaliar se ele deve continuar ou não na rede social. Por fim, é preciso escrever um feedback. Um dos trabalhadores disse à reportagem que já viu até vídeos de automutilação e meninas jovens sem roupa, além de anúncios contra a vacinação.
CHÃO DE FÁBRICA. Esta reportagem é a primeira de uma série do Intercept, produzida com apoio da AI Accountability Network do Pulitzer Center, sobre o mercado de inteligência artificial no Brasil.