Nesta quarta-feira (26.out), o Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, indeferiu a petição da campanha do Bolsonaro segundo a qual rádios do Nordeste estariam omitindo inserções do atual presidente.
Na decisão, o ministro cogitou um "possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno".
Alexandre de Moraes indefere a petição inicial da coligação de Bolsonaro sobre inserções de rádio por inépcia diante de checagem do relatório apresentado com várias inconsistências. Caso encerrado. Vida que segue. Vamos para o debate e as eleições no domingo pic.twitter.com/U05ZGrndFq
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) October 26, 2022
E ainda encaminhou os documentos ao inquérito das fake news.
O ministro apontou possível "cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana" e mandou o caso para ser avaliado dentro do inquérito das fake news, que é relatado por ele mesmo no STF: https://t.co/rtDm1cnptB
— Folha de S.Paulo (@folha) October 26, 2022
Antes da decisão, estudiosos, jornalistas e agências de checagem já vinham apontando inconsistências na auditoria contratada pelo PL.
URGENTE. Aos Fatos transcreveu 11 das 24 horas de programação a partir dos áudios anexados pelos advogados do PL no processo e verificou que houve ao menos 12 inserções de Bolsonaro a mais do que o relatado. Ou seja, o relatório está ERRADO.
— Tai Nalon (@tainalon) October 26, 2022
Mais aqui. https://t.co/5gaJS2jrXB
O Bolsonaro convocou uma coletiva logo em seguida e anunciou que recorreria da decisão — citando sua surradíssima metáfora — "dentro das quatro linhas da Constituição".
“Iremos às últimas consequências dentro das quatro linhas da Constituição”, diz Bolsonaro ao anunciar que irá recorrer da decisão de Moraes.
— Metrópoles (@Metropoles) October 26, 2022
Presidente afirmou que suposta disparidade em inserções “interfere na quantidade de votos”.#Eleicoes2022 pic.twitter.com/vML9EQqOKt
O tom da fala foi ameno para os padrões do presidente, mas, segundo apurou a Globo News, ministros e aliados se negaram participar da coletiva e o demoveram de sua ideia inicial, que era "radicalizar" propondo o adiamento do segundo turno.
📊 #CentraldasEleições 📊@natuzanery: Bolsonaro cogitou discurso radicalizado depois da decisão do TSE, mas recuou depois de ouvir assessores. Veja a análise de @ana_flor.
— GloboNews (@GloboNews) October 27, 2022
➡ Assista: https://t.co/bFwcwLpLU9 pic.twitter.com/PAPCLAkhfH
BASTIDORES no blog no @g1: Bolsonaro queria radicalizar mode 5, ajustou p/mode 3 sem apoio p/propor adiar eleição e ANTECIPA o terceiro turno. Coletiva sem políticos- que aconselharam Bolsonaro e tinham agendas urgentes c/nada p/não aparecer na foto. https://t.co/HlMcOCq3Kh
— Andréia Sadi (@AndreiaSadi) October 27, 2022
Para citar uma palavra cara aos bolsonaristas, a "narrativa" parece ter mudado bastante de 2018 para cá.
O bolsonarismo raiz em 2018 dizia que ganhou “sem dinheiro e sem tempo de TV”
— Amanda Audi (@amandafaudi) October 26, 2022
Agora tem dinheiro, tempo de TV, orçamento secreto, consignado pra Auxílio Brasil, todo o aparato estatal para a reeleição, mas se não ganhar é pq não tocou jingle na rádio da cidade de 5 mil habitantes
E, por falar em narrativa, a nova polêmica parece ter abafado mesmo o caso Roberto Jefferson, que não completou nem uma semana ainda.
Faço campanha eleitoral há 10 anos. Essa história das inserções de rádio é mais furada que uma peneira. Mas tem sua lógica: tentar abafar o caso Roberto Jefferson e também culpar o TSE pela derrota, para não reconhecer o resultado das urnas. Vem no fio:
— Barça (@gusbarcelos) October 26, 2022
Há quem tenha enxergado na coletiva uma espécie de discurso antecipado de derrota.
Bolsonaro é o primeiro candidato à presidência da história a convocar uma coletiva dias antes da eleição para passar recibo de perdedor e expor a incompetência da própria equipe.
— Antonio Tabet (@antoniotabet) October 26, 2022
Parabéns aos envolvidos.
O que vocês precisam notar nessa coletiva do presidente Jair Bolsonaro:
— Cleber Lourenço (@ocolunista_) October 26, 2022
- Está desesperado e basicamente admitiu derrota;
- Ele vai botar pra quebrar em caso de derrota;
- Reparem que ele cita que está perdendo em lugares que achou que venceria.
Mas o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) está prometendo que as empresas de auditoria soltarão nesta quinta-feira (27.out) notas "que vão chocar o Brasil".
As duas empresas de auditoria possuem larga experiência e credibilidade no mercado, atendem a multinacionais renomadas e até órgãos públicos.
— Flavio Bolsonaro #B22 (@FlavioBolsonaro) October 27, 2022
Ambas soltarão notas oficiais amanhã pela manhã que vão chocar o Brasil.
E a deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) alardeou a "convocação" das Forças Armadas pelo presidente depois da decisão.
O Presidente @jairbolsonaro convoca os comandantes das Forças Armadas e ministros após Xandão rejeitar petição do PL contra fraude nas inserções. pic.twitter.com/AfvkfZIY9l
— Bia Kicis (@Biakicis) October 27, 2022
Adiamento do segundo turno, terceiro turno: lembrando que nada disso é normal.
Demonstrada, desmontada e denunciada a farsa, como alertei aqui desde o começo.
— Reinaldo Azevedo (@reinaldoazevedo) October 27, 2022
Fiquem atentos aos golpistas se fingindo de imprensa que tentaram emprestar seriedade à vigarice.
Quem armou esse troço está apostando num Capitólio nativo se Bolsonaro perder.
Terão de pagar.