Morte de crianças yanomami mobiliza as redes

Durante o governo Bolsonaro, 570 crianças do território morreram por causas evitáveis, segundo o site Sumaúma. Imagens de indígenas desnutridos viralizaram, e o antecessor de Lula usou o Telegram para chamar o caso de "farsa da esquerda"
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Na sexta-feira (20.jan), o site Sumaúma publicou uma reportagem revelando que, durante o governo Bolsonaro, 570 crianças com menos de cinco anos morreram no território yanomami por causas evitáveis — um aumento de 29% em relação aos quatro anos anteriores. Imagens de indígenas desnutridos viralizaram nas redes.

Em agosto de 2022, uma reportagem do Intercept Brasil havia revelado que o governo Bolsonaro ignorou 21 pedidos formais de ajuda aos yanomami.

O biólogo André Aroeira, especializado em meio ambiente, povos e comunidades tradicionais, lembrou ainda que Bruno Pereira, assassinado em 2022, atuava contra o garimpo em terras indígenas.

Ainda na sexta-feira, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública. No dia seguinte, Lula viajou a Roraima, onde descreveu a situação como "desumana".

No Twitter, houve críticas a membros do governo Bolsonaro, principalmente à ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

O ex-presidente chamou o caso de "farsa da esquerda" em seu canal no Telegram.

Neste sábado, a Força Aérea Brasileira transportou cestas básicas para a comunidade Kataroa.

Decepcionados com as Forças Armadas por não terem consumado um golpe para evitar a posse de Lula, alguns apoiadores do ex-presidente criticaram e ironizaram a ação nas redes — em meios bolsonaristas, circulam teses como a de que os indígenas desnutridos seriam venezuelanos infiltrados pela esquerda.

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