Já ouviu falar de "quiet quitting"? O conceito ganhou popularidade nas últimas semanas e pode ser traduzido como "demissão silenciosa".
Buscas por “quiet quitting” (demissão silenciosa) e “antiwork” batendo recordes nos EUA.
— Fernando Ferreira, CFA (@fferreira_xp) August 26, 2022
O movimento, liderado pelas gerações Z e Millennials, vem ganhando tração nos países desenvolvidos. Fonte: chartr pic.twitter.com/gLnMXiSXom
Mas do que se trata, exatamente? Eis a definição do site TechTarget:
"A demissão silenciosa não significa que um funcionário deixou seu emprego, mas limitou suas tarefas àquelas estritamente dentro da descrição de seu trabalho para evitar trabalhar mais horas. Eles querem fazer o mínimo necessário para realizar o trabalho e estabelecer limites claros para melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Esses funcionários ainda cumprem suas obrigações profissionais, mas não adotam a cultura 'trabalho é vida' para orientar sua carreira e se destacar diante de seus superiores. Eles seguem o que está na descrição de seu trabalho e, quando vão para casa, deixam o trabalho para trás e se concentram em tarefas e atividades não relacionadas ao trabalho."
Então "quiet quitting" significa... ter uma relação normal e saudável com o trabalho? 🤔
A Bianca Rati, que é designer, editora de conteúdo e podcaster, fez uma thread bastante interessante sobre o assunto no Twitter.
Tem um termo que está sendo muito discutido na gringa no momento, o "quiet quitting", que em uma tradução literal seria "demissão silenciosa". Eles chamaram assim o ato de não "vestir a camisa", de não fazer algo a mais se você não vai ser pago para isso.
— bia (@bacharela_) August 23, 2022
"Desligar o computador às 17h. Fazer apenas suas tarefas atribuídas. Passar mais tempo com a família. Estes são apenas alguns dos exemplos comuns usados para definir a mais recente tendência no local de trabalho de "demissão silenciosa".
— bia (@bacharela_) August 23, 2022
OU SEJA
um movimento onde quase 4 milhões de trabalhadores deixaram seus empregos a cada mês em 2021, movidos por esse descontentamento com a cultura inflexível, exploratória e desgastante promovida por tantas empresas. De tal forma que mesmo em seu tempo "livre" estão esgotados.
— bia (@bacharela_) August 23, 2022
E sempre existiu a expectativa que os funcionários "vão além" do pedido. Mas penso que cada vez isso se torna mais relevante inclusive para que as empresas precisem de uma quantidade menor de pessoas, onde cada uma trabalha por 2 ou 3 e gastem pouco com sua folha de pagamento.
— bia (@bacharela_) August 23, 2022
colocando como algo que não é uma boa ideia. Mas aqui vai uma boa ideia: que tal compensar os trabalhadores por todo o trabalho que fazem e dividir o trabalho adequadamente em um número justo de pessoas e horas?
— bia (@bacharela_) August 23, 2022
Parece que está todo mundo chegando à mesma conclusão: "Urgente: 'Quiet quitting' é literalmente só trabalho."
“quiet quitting” pic.twitter.com/D5hBGLfAiT
— Scott Seiss (@ScottSeiss) August 27, 2022
Então o termo é meio... babaca?
Inventaram o termo "quiet quitting" pra funcionários que só fazem o que o cargo pede, não ficam se matando à toa. O termo é babaca porque você tá literalmente fazendo o seu trabalho e nada além, mas adoro o conceito. SEMPRE priorize a sua saúde e a sua família.
— Ieda Marcondes🏳️🌈 (@iedamarcondes) August 22, 2022
Sem contar que nós temos uma expressão muito melhor.
Aqui no Brasil a gente tem um ditado popular que resume bem o "quiet quitting":
— ✪ Felippe (@FelippeRegazio) August 26, 2022
Nem relógio trabalha de graça.
Vamos combinar que usar a expressão "quiet quitting" sem ironia é o mesmo que ficar emocionado com o "salário emocional".
Gente o meu contracheque veio com o meu exato salário, nem um centavo a mais. To preocupado. Acho que o meu empregador está praticando quiet quitting
— parser (@disputed_proof) August 29, 2022