Folha chama fãs de Backstreet Boys de 'trintonas' e ninguém curtiu

"Como chama homem de 30?", perguntou a jornalista Andréia Sadi. Para a doutora em linguística Jana Viscardi, a escolha do termo "estereotipa e diminui mulheres"

"Backstreet Boys atiram cuecas para trintonas em show nostálgico em SP" foi a manchete da Folha para a resenha de um dos shows que a boy band fez no estádio Allianz Parque.

(Só "trintonas" foi parar no título, mas o primeiro parágrafo do texto fala também de "quarentonas".)

Algumas mulheres questionaram o uso do termo "trintona". "Como chama homem de 30?", perguntou a jornalista Andréia Sadi.

Segundo elas, o tratamento é diferente na cobertura de shows nostálgicos com público predominantemente masculino.

E a crítica não vale só para a Folha.

Para Jana Viscardi, doutora em linguística pela Unicamp, "a escolha de referentes é também parte de uma lógica argumentativa que, neste caso, estereotipa e diminui mulheres, em função do gênero e da idade".

Assim como foi com o caso da foto de Lula diante de um vidro estilhaçado, o trintonagate é um candidato forte a tema para a próxima coluna do ombudsman da Folha.

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