"Backstreet Boys atiram cuecas para trintonas em show nostálgico em SP" foi a manchete da Folha para a resenha de um dos shows que a boy band fez no estádio Allianz Parque.
(Só "trintonas" foi parar no título, mas o primeiro parágrafo do texto fala também de "quarentonas".)
Backstreet Boys atiram cuecas para trintonas em show nostálgico em SP https://t.co/18w925GdUy
— Folha de S.Paulo (@folha) January 28, 2023
Algumas mulheres questionaram o uso do termo "trintona". "Como chama homem de 30?", perguntou a jornalista Andréia Sadi.
~trintona~ 🙋🏽♀️ curtindo a valer Backstreet boys pergunta: como chama homem de 30? É p/meu TCC. Ah! E donde estás a 🥇 p/mãe que o Brady ganhou por ficar em casa c/SEUS FILHOS enqt Gisele passeia de 🐎 c/boy? Td p/o TCC, cujo tema é ‘preguiça/s.o.no😴 até https://t.co/Jl2tPDCZRf?’
— Andréia Sadi (@AndreiaSadi) January 29, 2023
Segundo elas, o tratamento é diferente na cobertura de shows nostálgicos com público predominantemente masculino.
um monte de macho velho babando por banda de metal, aí as mulheres vão para o show de uma boyband e o arrombado do jornalista chama de "trintonas".
— mari (@macielmm_) January 29, 2023
E a crítica não vale só para a Folha.
homens de 30+ podem ser nerd, colecionar bonequinhos e amar filme de super heróis
— cah montemór (@cahmontemor) January 28, 2023
mulheres de 30+ não podem ser fã de nada, não pode gostar de nada, não pode fazer nada a não ser construir família. tem que fazer 30 e parar de gostar de tudo
e nem falo apenas da folha mas
Para Jana Viscardi, doutora em linguística pela Unicamp, "a escolha de referentes é também parte de uma lógica argumentativa que, neste caso, estereotipa e diminui mulheres, em função do gênero e da idade".
Assim como foi com o caso da foto de Lula diante de um vidro estilhaçado, o trintonagate é um candidato forte a tema para a próxima coluna do ombudsman da Folha.
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