O Google divulgou nesta quinta-feira (23.jun) novos dados sobre anúncios políticos em suas plataformas, jogando luz sobre seus maiores compradores de espaço publicitário desse segmento antes das eleições gerais de out.2022.
Não surpreendentemente, o Brasil Paralelo, produtora audiovisual de conteúdos e cursos conservadores e de revisionismo histórico, ficou em primeiro lugar. A mesma produtora lidera anúncios no Facebook e no Instagram.
Os dados são contabilizados a partir de 17.nov.2021, data em que o Google passou a exigir verificação de anunciantes com viés político-eleitoral.

O Brasil Paralelo foi criado em 2016, mas um de seus primeiros vídeos virais foi uma peça de 2018, divulgada três dias antes do primeiro turno, que apontava para uma comprovadamente inverídica fraude eleitoral em 2014 – algo em linha com o discurso do presidente Jair Bolsonaro.
Esse vídeo tentou enganosamente utilizar uma lei matemática para explicar a suposta fraude – o que lhe deu ares de pseudo-credibilidade – e causou muita confusão à época, servindo de munição para apoiadores de Bolsonaro que temiam pela derrota do então candidato nas urnas (que, como se sabe, não se concretizou).
Em maio, o Núcleo publicou uma análise de dados da Biblioteca de Anúncios do Facebook mostrando como a produtora tem dominado a publicidade na plataforma de Mark Zuckerberg.
ATUALIZAÇÃO: Em nota por email, a Brasil Paralelo informou diz que não investe em anúncios de política, que não apoia qualquer candidato e "que tem sua operação completamente voltada ao serviço de entretenimento e educação por streaming".
Leia a nota abaixo na íntegra:
A Brasil Paralelo Entretenimento e Educação SA esclarece que a informação de que a empresa investe em anúncios políticos é inverídica. A companhia jamais apoiou formal ou informalmente qualquer partido, candidato ou movimento político, e tem sua operação completamente voltada ao serviço de entretenimento e educação por streaming. A Brasil Paralelo já solicitou ao Google a correção das informações divulgadas no Relatório de Transparência, uma vez que suas ações de mídia foram classificadas erroneamente como anúncios de cunho político. A empresa reforça mais uma vez que não recebe financiamento público e que toda sua receita advém da venda de assinaturas.

Texto Sérgio Spagnuolo
Texto atualizado em 24.jun.2022 às 15h11 para incluir posicionamento da Brasil Paralelo recebido por email via assessoria de imprensa.
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