A Meta faturou pelo menos US$ 30,3 milhões
em menos de dois anos (de jul.2018 a abr.2022) com anúncios feitos em suas plataformas por redes que a própria empresa removeu por "comportamento inautêntico coordenado", segundo reportagem publicada pela Wired na quinta-feira (23.jun.22).
Números importantes: US$22 milhões
desse montante foram gastos por apenas sete operações de influência, segundo os dados compilados pela Wired. A maior delas, que tinha como alvo o Vietnã, Estados Unidos mas também a rede global, gastou US$9,5 milhões
em anúncios. A reportagem indica que o Epoch Times, um grupo de mídia de direita e anti-China, estaria por trás dessa operação.
- Muitas das redes derrubadas pela Meta, segundo a reportagem, eram operadas por empresas de marketing ou relações públicas, como a israelense Archimedes Group ou a ucraniana Pragmatico. Nesse caso, a Meta derruba toda e qualquer página ou conta ligado à empresa, mesmo que ela não esteja envolvida em campanhas de comportamento inautêntico coordenado.
Participação russa: A Rússia tinha ligação com a maioria dos anúncios nas redes que a Meta identificou como comportamento inautêntico coordenado e removeu. Os alvos mais frequentes dessas campanhas foram os Estados Unidos, Ucrânia e México.
Passou batido. A reportagem chama atenção para o fato de que muitas redes de CIB (na sigla em inglês) podem ter passado batido pela Meta em razão de uma definição limitante desse tipo de operação. Foi apenas no ano passado que a empresa passou a admitir a possibilidade de que campanhas de influência podem envolver atores reais, cujo comportamento é autêntico. A Meta passou a adotar o termo "dano social coordenado" para referir a redes que usam contas reais como parte de suas operações de informação.
Em fevereiro, Núcleo e Aos Fatos publicaram uma reportagem sobre uma rede extremista brasileira que foi sinalizada por funcionários da Meta como "dano social coordenado". A rede de páginas, perfis e grupos segue no ar até hoje.