O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu no sábado (8.out.22) que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pode mais veicular inserções e propagandas na TV associando o presidente Jair Bolsonaro (PL) a práticas canibalistas.
Na plataforma do Google de anúncios políticos já há sinalização de nove anúncios da campanha petista que foram removidos. A ação da equipe de Bolsonaro contra Lula cita a inserção de nove vídeos sobre o tema. A decisão do TSE foi em caráter liminar (provisório).
ENTENDA O CASO. Só na sexta-feira (7.out.22) o PT investiu aproximadamente R$ 7,5 mil em quatro vídeos que usavam trechos de vídeos antigos de Bolsonaro em entrevista concedida ao jornal americano The New York Times em 2016.
Então deputado, ele diz que “comeria um índio sem problema nenhum”. Bolsonaro se referia a um suposto ritual indígena em que se cozinha o indigena após a morte.
Na ação da campanha de Bolsonaro, a equipe do presidente alega que o petista usou de “grave e intencional descontextualização” como “estratégia publicitária”.
DECISÃO. O ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, do TSE, afirmou, em sua decisão, que há "alteração sensível do sentido original da entrevista", sugerindo que Bolsonaro comeria carne humana em qualquer contexto, e não no caso restrito de um ritual durante a visita do então deputado ao povo yanomami de Surucucu.
A líder indígena Sonia Guajajara, eleita deputada federal pelo PSOL, usou seu perfil no Twitter para afirmar que o povo Yanomami não pratica o canibalismo.
Além de impedir as inserções do vídeo na propaganda na TV, o ministro proibiu qualquer nova menção ao assunto e obrigou a remoção de conteúdos que usam a entrevista nas redes sociais usadas por Lula em sua candidatura.