Cidadãos dos Estados Unidos entraram com uma Class Action Lawsuit (semelhante a uma Ação Coletiva) contra a Bytedance na Justiça Federal do Estado de Illinois.
O objetivo da ação é denunciar políticas de segurança de dados abusivas do editor e criador de vídeos do TikTok, conhecido como CapCut.
O QUE É? Segundo os ex-usuários do editor, o aplicativo estaria captando dados de forma indiscriminada, violando leis de proteção biométricas do estado de Illinois.
Isso aconteceria ao coletar, via filtros, dados das faces e vozes dos usuários sem permissão expressa. A ação também cita apreensão sobre potenciais envios de dados para o governo chinês, receio semelhante ao que ocorreu com o aplicativo irmão TikTok anos atrás.
Existe também a preocupação por parte dos reclamantes sobre a criação de bancos de dados com imagens, vídeos, localizações, gêneros e aniversários dos usuários do CapCut. Boa parte das alegações são baseadas em matérias jornalísticas.
ORIGEM. Comprado pela Bytedance em 2018 por R$1,5 bilhão
, o CapCut é gratuito e bastante promovido pelo TikTok (que faz parte da mesma empresa), assim como por milhares de usuários.
Atualmente o editor de vídeos tem aproximadamente 200
milhões de usuários ativos e mais de 800
milhões de instalações globais.
GEOPOLÍTICA. A ação na justiça contra o CapCut se soma à outras dores de cabeça que a Bytedance vem tendo nos EUA nos últimos anos.
Desde o governo Trump, políticos americanos ligaram o alerta sobre o potencial uso dos dados de usuários dos EUA pelo governo da China, país de origem da empresa.
Em set.22, o governo americano e a Bytedance chegaram a rascunhar um acordo que visava resolver as preocupações sobre o envolvimento do governo chinês na plataforma de vídeos, permitindo que a empresa pudesse continuar operando nos EUA.
Em nov.2022, o FBI, equivalente à polícia federal nos EUA, disse estar "extremamente preocupado" com a influência do TikTok sobre usuários americanos.
No início do ano, mais da metade dos governos estaduais dos EUA proibiram que o TikTok fosse acessado a partir de celulares funcionais de funcionários do governo.
Via Record Media (em inglês) e United States District Court Northern District of Illinois (em inglês)