Redes da Meta ainda abrigam grupos dedicados à disseminação de material de exploração sexual infantil. No Facebook, um ecossistema criminoso composto contam com com grupos de até 800 mil membros.
O QUE ACONTECEU? Uma recente investigação conduzida pelo Wall Street Journal, em colaboração com pesquisadores do Centro Canadense de Proteção Infantil, revela que os esforços da Meta para conter a propagação desse conteúdo criminoso em suas plataformas tiveram impacto limitado.
ENTENDA. Há meses, o Wall Street Journal reporta como as redes da Meta, por meio de recomendações de conteúdo pelo algoritmo, expõem os usuários a material inapropriado e exploração sexual infantil.
Agora, o jornal denunciou mais uma vez que o sistema de recomendação da Meta ainda facilita a conexão de contas de criminosos que consomem material de abuso infantil, utilizando recursos como os “Grupos que você deve participar” no Facebook e o preenchimento automático de hashtags no Instagram.
O Centro Canadense de Proteção à Criança, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve tecnologia para identificar material exploratório, relatou que uma rede de contas no Instagram continua a realizar transmissões ao vivo de abuso sexual infantil, mesmo após meses de denúncia à empresa.
Alguns perfis possuem até 10 milhões de seguidores.
NADA MUDA. Denúncias envolvendo exploração sexual em aplicações da Meta não são novas e atingem pessoas em todas as regiões do mundo.
- O Núcleo reportou recentemente como o Instagram está sendo utilizado para comercializar deepfakes de inteligência artificial que sexualizam menores;
- Em junho, uma reportagem especial denunciou o uso do Facebook para compartilhar links para grupos de abuso sexual infantil no ICQ.
OUTRO LADO. Pouco após a publicação da investigação, a Meta foi em seu blog de comunidade dizer que está ampliando e atualizando seus recursos de segurança infantil para proteger menores.
Esses recursos incluem a expansão de sua lista de termos, frases e emojis relacionados à segurança infantil, além de iniciar o uso de aprendizado de máquina para detectar conexões entre diferentes termos de pesquisa.
FISCALIZAÇÃO. A Meta recebeu um terceiro pedido dos reguladores da União Europeia para esclarecer as medidas que a empresa está adotando para lidar com os riscos associados ao compartilhamento de material de abuso sexual infantil autogerado em sua plataforma. O prazo de resposta para o pedido anterior, enviado em novembro, havia expirado.
Via Wall Street Journal (em inglês)