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A Meta quer finalmente monetizar o WhatsApp depois de quase dez anos como um "serviço gratuito". Para isso, uma série de novos recursos foi lançada ao longo do último ano – como canais, comunidades, opções de pagamentos e ferramentas de inteligência artificial.
Só o blog oficial do aplicativo de mensagens anunciou 23
novas funções de nos últimos 12 meses (nov.2022 para cá). No mesmo período entre 2021 e 2022, o site do zap havia anunciado só seis
novidades.
É ✷ importante ✷ porque...
O WhatsApp está em 99% dos smartphones do país, segundo levantamento de 2022 da consultoria Mobile Time
Cerca de 92% dos brasileiros com acesso à internet usam o zap, segundo o Datafolha
A Meta opera o zap no prejuízo desde 2014 e agora está implementando novos recursos com o objetivo de monetizá-lo
Terceiro maior mercado do Zap no mundo (atrás apenas de Índia e Indonésia), o Brasil foi um dos países em que o app engrenou pra valer desde o começo. Não à toa seu CEO disse à Folha de S.Paulo que "somos o país do WhatsApp".
Na avaliação do publicitário Eduardo Pellanda, professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), desde a compra do Zap por Zuckerberg, em 2014, a estratégia era primeiro criar uma audiência em torno do aplicativo para só depois monetizá-lo.
"A primeira parte do plano foi solidificar o WhatsApp como uma plataforma de comunicação por mensagens, mesmo com um tempo de prejuízo", afirma Pellanda. "Agora eles podem ter anúncios direcionados no futuro, estão investindo em chatbots para o WhatsApp Business e entraram no mercado de pagamentos".
O recurso, no entanto, ainda não decolou entre brasileiros. Segundo estudo da Febraban, o WhatsApp realizou apenas 0,03% das 163,3 bilhões de transações bancárias feitas no Brasil em 2022.
SAIBA MAIS - A treta WhatsApp x BC
Lançado em 2020, o WhatsApp Pay foi imediatamente embargado pelo Banco Central (BC) sob o argumento de que o produto traria riscos concorrenciais ao sistema financeiro nacional. O BC exigiu então que a plataforma pedisse autorização para operar no mercado de arranjos de pagamento. Isso foi feito a partir de parcerias com as bandeiras Cielo, Master Card e Visa. A Meta só recebeu sinal verde para operar pagamentos sem restrições em março deste ano. "Eles querem fazer com que suas plataformas tenham várias possibilidades de receita, e o setor financeiro é uma das principais", diz Pellanda.
SAIBA MAIS - Por que bancos desconfiam de Big Techs
No fim de 2019, um executivo do Bradesco resumiu ao site Neofeed a desconfiança que bancos têm de big techs prestando serviços financeiros, como no caso do WhatsApp Pay, que à época tentava convencer o setor a embarcar na proposta. “Elas têm uma massa de dados, uma quantidade de informações do seu negócio de origem, que dá a elas uma vantagem competitiva muito grande para operar nesse mundo de banking com informações que elas possam gerar base de dados e aprovações de crédito de produtos e serviços de uma maneira muito contundente”, disse.
QUAIS AS PRINCIPAIS NOVIDADES? O foco das últimas novidades do WhatsApp foi direcionado a produtos para contas empresariais e recursos que favorecem mais interações entre usuários.
Veja abaixo algumas novidades:
- Desde outubro, usuários brasileiros podem ter duas contas conectadas ao mesmo tempo em um só celular. O recurso dispensa a necessidade de usar mais de um aparelho para zaps diversos, como uma conta pessoal e outra profissional;
- Em setembro, o WhatsApp lançou o "Flows" para contas empresariais. O recurso pago cria fluxos personalizados que automatizam a oferta de produtos e serviços em conversas com clientes;
- Houve ainda o lançamento dos canais do Zap, que permitem a usuários seguirem organizações, clubes ou personalidades diretamente no app. Como no Telegram, o recurso dá a um único usuário o poder de transmitir mensagens a milhares (até milhões) de pessoas de uma só vez, o que antes não era possível;
- Entre abr-ago.2023, o Zap lançou novos apps para desktops Windows e Mac. A empresa indicou que usuários poderão organizar chamadas de vídeo em grupo com até oito pessoas e de áudio com até 32. O objetivo é "continuar aumentando esses limites ao longo do tempo", segundo a plataforma;
- Em março, o WhatsApp Pay passou a operar transações financeiras de pessoas físicas para pequenas empresas – e o app prepara a liberação da função para compras em grandes negócios;
- Em novembro do ano passado, o Zap passou a permitir que usuários pesquisem por empresas e passou a prometer que ofereceria "a jornada de compra inteira" dentro do próprio app;
- No mesmo mês, o WhatsApp lançou o Comunidades. O recurso funciona como uma espécie de agregador de grupos e canais de transmissão. Seu foco é "melhorar a forma como as organizações se comunicam", segundo a Meta.
MARKETING DA PRIVACIDADE. Entre os lançamentos, a Meta ressaltou novos recursos para dar mais "privacidade" e "segurança" aos usuários.
Em maio, o WhatsApp lançou uma função de "bloqueio de conversa", que permite remover chats da caixa de entrada e os coloca em uma pasta separada que só pode ser acessada com a senha ou por biometria.
Na virada do ano, o app também passou a permitir a conexão de internet por meio de servidores proxy para que usuários em países com governos autoritários pudessem se comunicar.
O foco surge em um momento em que o WhatsApp tenta viabilizar sua entrada no mercado de pagamentos – um segmento com grande potencial de lucro.
A má fama da Meta no tratamento de dados pessoais dos usuários para anúncios, no entanto, levanta desconfianças no setor bancário, por exemplo. "Está no imaginário popular que eles (Meta) usam nossas informações pessoais", diz Pellanda.
VEM IA AÍ... Em set.2023, a Meta também disse que ferramentas de inteligência artificial estarão disponíveis aos usuários no WhatsApp, Messenger e Instagram. São recursos para gerar figurinhas e imagens realistas, semelhantes ao Midjourney e ao Dall-E, ou manter conversas à lá Bard e ChatGPT.
Uma reportagem do The Verge ressaltou que a empresa quer colocar "chatbots de inteligência artificial em tudo". As ferramentas vão incluir até "personagens de IA" baseados em famosos para que usuários interajam com "rostos familiares", como Snoop Dogg, Paris Hilton ou Mr. Beast.
Segundo o site norte-americano, a Meta não exclui a possibilidade de no futuro alimentar seus chatbots com conteúdos de Facebook e Instagram para que comandos como "me mostre reels postados no Sul da Itália" sejam possíveis.
A Meta planeja integrar geradores de texto, imagem e vídeo baseados em inteligência artificial em seus principais produtos, como Facebook e Instagram. Essas tecnologias permitirão aos usuários, por exemplo, modificar fotos usando prompts de texto antes de compartilhá-las nos Stories.
Também serão introduzidos agentes de IA com diferentes personalidades e habilidades para auxiliar ou entreter os usuários, com foco inicial no Messenger e no WhatsApp.
Essas iniciativas fazem parte dos esforços da Meta para expandir sua presença no metaverso e integrar mais tecnologia de IA em seus produtos.
>>> Meta quer chapar inteligência artificial em tudo
Resumo escrito pelo nosso bot de IA, o Nuclito, e revisado por nossos editores. Saiba mais aqui.