Graças à vacinação e as coberturas vacinais alcançadas até agora em alguns países, a proteção contra os casos mais sérios de COVID-19 é evidente e está em todo lugar: nos noticiários, em dados de vários artigos científicos e nas experiências trocadas por quem se recuperou da infecção.
Mas para onde o vírus da COVID-19 está indo? Há risco de vermos uma nova onda surgir?
O pesquisador Tulio de Oliveira, diretor do Centro de Resposta a Epidemias e Inovação (CERI), na África do Sul, é um dos grandes nomes e destaques na investigação e monitoramento da variante ômicron.
Ele discute que poderemos ver ondas com versões da mesma variante (como as famosas “filhas” da ômicron, as BA’s - BA.1, BA.2, BA.4, BA.5…).
Some scientists & science communicators are convinced that one needs a new variant to cause a new wave. Delta caused a long wave with multiple lineages. Omicron is causing waves with BA.1, BA.2, BA.2.12.1, BA.4 & BA.5. Time to reconsider variant evolution? Today's results for SA. https://t.co/fByGXwubtf
— Tulio de Oliveira (@Tuliodna) April 30, 2022
Algumas dessas versões da ômicron podem trazer consigo características que merecem nossa preocupação, como aumento na transmissibilidade e na capacidade de infectar nossas células.
Elas vêm ganhando espaço para circular e, consequentemente, “levantar a lebre” de uma possível nova onda.
La subvariante BA.2.12.1 es hasta el momento la más infectiva y transmisible del coronavirus que nos afecta. Supera a la BA.1 e incluso la BA.2. Los últimos datos sugieren que se extiende por Estados Unidos, generando miles de nuevos infectados y centenares de hospitalizados. pic.twitter.com/BnwUh3pmgC
— Gorka Orive (@gorka_orive) May 4, 2022
A boa notícia é que se você se recuperou de uma infecção (por exemplo, pela BA.1) e está vacinado, o risco de ter a doença mais séria segue sendo menor, comparado com quem se recuperou de uma infecção (por exemplo, pela BA.1), mas não está vacinado.
As vacinas têm se mostrado importantes aliadas nesse combate contra o vírus da COVID-19 e suas variantes, mas ainda temos um desafio pela frente de aumentar a equidade dessas coberturas vacinais, dentro do Brasil, e no mundo.
Vaccines are effective against new omicron subvariants (BA.2.12.1, BA.4, BA.5, etc.) WHO chief says https://t.co/rF8SLIqolY via @business
— Monica Gandhi MD, MPH (@MonicaGandhi9) May 5, 2022
A má notícia é que quem não está vacinado, e está contando apenas com as defesas geradas da recuperação, pode estar correndo o risco de se reinfectar com essas novas versões que estão aparecendo, segundo dados recentes.
Previous infection with BA.1 (what we had in Dec/Jan) might well not stop you getting infected with these new substrains (prob due to mutation at L452)@sigallab reported similar - although boosted *plus* BA.1 infection much better than just prev BA.1 infection (get vaxxed) 5/12 pic.twitter.com/NxhkF8GMMM
— Prof. Christina Pagel 🇺🇦 (@chrischirp) May 3, 2022
A vacinação segue recomendada mesmo naqueles que se recuperaram de uma infecção pelo vírus da COVID-19.
TEREMOS UMA NOVA ONDA NO BRASIL?
Anderson Brito, virologista e pesquisador pelo Instituto Todos Pela Saúde, comenta que talvez seja uma questão de tempo até os novos casos com essas sub-linhagens aparecerem por aqui.
Ainda não temos registro da BA.4 ou BA.5 no Brasil. Sendo realista, se já estão na Europa e EUA, já estão aqui. Será questão de semanas para começar os registros de genomas delas no GISAID. Hoje ainda não temos.
— Anderson F. Brito (@AndersonBrito_) May 1, 2022
BA.4: https://t.co/8woNwVy6vY
BA.5: https://t.co/fT17McRhit pic.twitter.com/ZnJsNS5r4r
Além desse “micróbio desgraçado”, estamos observando o aumento da circulação de outros vírus respiratórios, o que motivou o alerta da epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo, Ethel Maciel.
A preocupação, além das doenças que podem vir com esses vírus, é o risco de sobrecarga sobre os sistemas de saúde com a chegada do inverno no país.
Inverno chegando (⬆️de circulação de vírus respiratório) e:
— Ethel Maciel, PhD (@EthelMaciel) May 2, 2022
✅baixa cobertura vacinal em crianças
✅baixa cobertura de dose de reforço
✅nenhuma medida de proteção
✅novas mutações como BA2.12.1 (25% + transmissível que BA.2)
Temos que ter muita atenção, pois a pandemia continua.
Relatório ITpS sobre patógenos respiratórios (#6)
— Anderson F. Brito (@AndersonBrito_) May 5, 2022
✳️ Destaques: a taxa de positividade para SARS-CoV-2 (COVID-19) segue subindo, e nos dados gerais chegou a 13% na última semana de abril. Já a positividade para VSR segue acima de 17%.
Mais detalhes abaixo.👇 https://t.co/ercaatWxSS
Como se não bastasse, estamos também observando um aumento nos casos de dengue e chikungunya no Brasil.
Essa subida reforça a necessidade de cuidados voltados para reduzir a circulação do principal vetor dessas doenças, os mosquitos do gênero Aedes, com enfoque especial nos centros urbanos para o Aedes aegypti.
Luiza Caires, jornalista, editora do Ciência USP e divulgadora de ciências, traz dados do sistema InfoDengue da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para os casos de dengue e de Chikungunya nas regiões do país.
Recentemente, foi detectado pela primeira vez, um tipo de dengue que até então não era visto no Brasil! O sorotipo 2 do vírus da dengue foi identificado em Goiânia, trazendo riscos para uma grande disseminação desse vírus.
Para o perigo vindo dos mosquitos, os cuidados são nossos velhos conhecidos! Vamos revisá-los nesse vídeo abaixo:
Xô, mosquitada! 🚨
— Prefeitura do Rio (@Prefeitura_Rio) May 3, 2022
Os casos de dengue voltaram a crescer e precisamos redobrar os cuidados. A picada do mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya, doenças conhecidas como arboviroses.
▶️ Veja como eliminar possíveis focos em casa. 🦟 pic.twitter.com/CDgGc5hFWv
E para o perigo que vem do ar, lembre-se que as máscaras, mesmo estando desobrigadas nos ambientes neste momento, seguem sendo muito recomendadas, ok?
Afinal…
