Queimando tudo

As queimadas, que já tomavam Norte e Centro-Oeste, ganharam proporções ainda maiores nesta semana. Vamos falar disso e dos dados que têm analisado em minúcias o espalhamento do fogo e seus impactos na saúde.
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Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro. As queimadas, que já tomavam Norte e Centro-Oeste, ganharam proporções ainda maiores nesta semana. Vamos falar disso e dos dados que têm analisado em minúcias o espalhamento do fogo e seus impactos na saúde. Também destacamos a importância do fracasso e, na nota do convidado, os biólogos Lucas Andrade e Gabi Longo compartilham sua aventura em busca de uma espécie de raia.


Fumaça no ar 
Nas últimas semanas, uma enorme pluma de fumaça oriunda de queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste chegou de carona nos rios voadores a vários estados brasileiros e países vizinhos. Já estava bem ruim, mas daí chegou o final de semana e pessoas botaram fogo em boa parte do interior de São Paulo praticamente ao mesmo tempo. Foi bem sincronizado, tanto que se suspeita de uma possível ação coordenada

Fogo continua
Os incêndios ainda estão acontecendo. Pra sorte dos sudestinos, uma formação de ciclone no Sul sugou boa parte da fumaça para o mar. Mas o Norte e países vizinhos seguem bem afetados (há meses, aliás, e ninguém nem aí). Dá para acompanhar pelos satélites da Nasa.Por acontecimentos como esse, que se repetem piores a cada ano, o Brasil já perdeu ⅓ de sua vegetação nativa, aponta um novo estudo.

Danos à saúde 
A fumaça das queimadas é tóxica e pode levar a vários problemas de saúde, do aumento de infecções ao risco de AVC. Não à toa, os atendimentos para tratar doenças respiratórias subiram 60% em Ribeirão Preto, um dos locais paulistas mais atingidos. Se a fumaça em algum momento chegar até você, use máscara e se proteja. Não é brincadeira!

Importância do fracasso
Depois de não atingir os resultados esperados, o Butantan encerrou os estudos com a sua vacina contra a Covid, a Butanvac. E isso não é necessariamente uma notícia ruim. Pelo contrário, é uma oportunidade da gente ver ao vivo como se faz ciência. Não é só de acertos, e os resultados negativos deveriam ser inclusive mais divulgados, viu? A Luiza Caires falou bem sobre o assunto. 

Gosta da gente?
Então se liga nessa. Eu e a Meghie Rodrigues estamos concorrendo ao Prêmio Einstein + Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar. Para votar, é só clicar nesse link aqui. Dá para ir direto na categoria Jornalista Especializado de Ciência, onde nós duas estamos. E tem também muita gente bacana concorrendo, incluindo a Luiza Caires (criadora do Polígono) e meu neném Ciência Suja

👁️
Você viu?

* Há 18 anos, Plutão deixava de ser um planeta — sim, estamos velhos. 
* Ilusão de ótica faz aparecerem sete sóis no céu da China.
* Halter ou fóssil, uma história bem gostosa de ler sobre paleontologia. 
* Negacionistas da Covid vão participar de um simpósio na Universidade Stanford. 🤡
* Uma aranha infectada pelo fungo que inspirou o jogo Last of Us.
* Novo livro discute a ciência do filme Interestelar. E a Roberta Duarte, baita DC de física, foi a revisora técnica
* Um servidor do Ibama morreu no combate ao fogo na Amazônia.
* Um estudo dá mais provas de que a ocupação humana nas Américas é mais antiga do que se pensava.

Nota do convidado 

A fronteira entre a objetividade e a pessoalidade do cientista

Por Lucas Andrade, biólogo e especialista em comunicação pública da ciência (UFMG) e Gabi Longo, bióloga, educadora e pesquisadora, produtores do podcast Sinal de Vida.

Desde as expedições de naturalistas como Darwin até os documentários de vida selvagem, sabemos que a viagem ao campo é um dos passos mais importantes na investigação da natureza.

Temos a ideia de que os cientistas devem estar separados desse espaço, do nosso objeto de estudo. Mas uma expedição científica é muito mais do que um mero procedimento, ela pode trazer a compreensão de que nós, inclusive os cientistas, somos parte da natureza.

Entendemos isso no ano passado, quando ficamos ilhados por 30 dias no litoral de São Paulo, mergulhando diariamente em busca de uma espécie rara: a raia-chita (Aetobatus narinari). Tínhamos uma metodologia muito bem embasada na literatura, mas não foi o suficiente para encontrarmos o que buscamos. 

Com práticas do que chamamos de ciência cidadã, passamos a perguntar para os funcionários e visitantes da ilha informações sobre aquela raia. Além disso, estar em campo nos instigou a mergulhar em horários e locais que não estavam estabelecidos pela metodologia. Assim, elaboramos novas hipóteses e reformulamos métodos. 

É no campo que o pesquisador está completamente aberto para os estímulos ao seu redor, praticando seu faro fofoqueiro investigativo. E funcionou! Não apenas encontramos a raia-chita, como fizemos um registro nunca antes feito pela ciência brasileira!

No podcast Sinal de Vida, nós contamos essa história, questionando o limiar entre estudar e sentir, e valorizando as pessoas e o local onde essa expedição aconteceu.

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