Depois de demitir mais da metade do quadro de funcionários do Twitter, revogar trabalho remoto e de dar um ultimato aos funcionários remanescentes, dizendo deveriam trabalhar mais "hardcore" ou deixar a empresa, o novo dono da rede social, Elon Musk, se deparou com uma debandada geral de colaboradores, muitos deles essenciais ao funcionamento da rede social.
A situação é tão ruim que, segundo relatos da imprensa nos EUA, algumas áreas críticas ao funcionamento do Twitter estão reduzidas a dois, um ou nenhum funcionário.
A analogia sendo feita é a de um navio à deriva, sem tripulação, que pode bater em algum obstáculo a qualquer momento.
Na madrugada de quarta-feira (17.out), Musk enviou um email a funcionários exigindo que se comprometessem com um novo sistema de trabalho "extremamente hardcore" ou pedissem demissão até as 17h de quinta-feira.
Na prédio que funciona como sede da empresa em San Francisco, na Califórnia, foram projetadas mensagens com ataques a Elon Musk.
Twitter's San Francisco headquarters has gone hardcore tonight. #TwitterTakeover pic.twitter.com/DoG5pDD4AD
— Muskrat McRatfucker needs to resign as CEO (@christoq) November 18, 2022
Segundo a jornalista Zoë Schiffer, da newsletter Platformer, que tem feito uma das melhores coberturas dessa crise, os principais designers do serviço de assinatura Twitter Blue deixaram a empresa, junto a muitos engenheiros que mantém a infraestrutura mais crítica.
NEW: The designers leading Elon Musk’s Blue verified project are out, along with the lead web engineer. Many Twitter employees who maintained critical infrastructure have resigned. This is going to look like a very different company tomorrow.
— Zoë Schiffer (@ZoeSchiffer) November 18, 2022
Schiffer também informou que Musk alertou funcionários remanescentes de que todos os escritório do Twitter estavam temporariamente fechados, e seus acessos com crachás estavam suspensos. Especula-se que Musk esteja temeroso que colaboradores descontentes queiram sabotar a rede social.
De acordo com o Washington Post, o ultimato de Musk teve muito mais colaboradores demissionários do que o esperado, à medida que a situação de muitos deles ficaria precária caso aceitassem o novo regime mais rigoroso de trabalho.
Embora seja difícil saber com certeza, estima-se que entre 2.000 a 2.500 funcionários ainda permaneçam na empresa – cerca de 30% da força de trabalho de duas semanas atrás, quando Musk assumiu a empresa.
Sinais de degradação da infraestrutura do Twitter se acumularam nas últimas semanas, quando alguns sistemas de verificação pararam de funcionar e o desempenho da plataforma estagnou ou piorou.
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