Governo cria resolução que define direitos e proteções de crianças na internet

O texto discute a liberdade de expressão, o direito à privacidade, a proteção de dados pessoais e a segurança contra violações dos direitos humanos e a exposição a conteúdos prejudiciais.

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), associado ao governo federal através do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), ratificou a primeira resolução que define os direitos e proteções de crianças e adolescentes no ambiente digital.

O documento foi divulgado no Diário Oficial da União e detalha que as garantias referidas são aplicáveis ainda ao setor privado. A recente resolução engloba o ambiente digital em sua totalidade, não se limitando às aplicações na internet, mas incluindo também realidade virtual, sistemas de inteligência artificial, algoritmos, biometria e análise de dados.

RESUMÃO. Os capítulos da resolução discutem aspectos que autoridades públicas e entidades privadas devem assegurar para proteger os interesses e o bem-estar de crianças e adolescentes no ambiente digital. O documento aborda a liberdade de expressão, o direito à privacidade, a proteção de dados pessoais, e a segurança contra violações dos direitos humanos e exposição a conteúdos nocivos.

DESTAQUES. O Núcleo destacou alguns pontos principais sobre o dever de cuidado e as responsabilidades das empresas privadas. É possível ler o texto completo clicando aqui.

O Conanda enfatiza que empresas atuando no Brasil, mesmo com matriz no exterior, devem:

  • Ser responsabilizadas por violações dos direitos dos menores segundo a legislação atual;
  • Desenvolver e melhorar mecanismos para prevenir o uso de serviços e ambientes digitais por crianças e adolescentes quando não forem adequados ou seguros para esse público, sem limitar o acesso à informação desses menores;
  • Priorizar ações imediatas e eficazes para prevenir riscos e práticas ilegais, incluindo aquelas perpetradas por terceiros, dentro de seus serviços;
  • Implementar mecanismos eficazes de verificação de idade, garantindo que esses dados não sejam utilizados para outros propósitos;
  • Oferecer mecanismos de mediação parental e incentivar a participação dos responsáveis legais;
  • Divulgar canais de comunicação para “escuta, diálogo e recebimento de denúncias de conteúdos nocivos ou ilegais” e publicar regularmente informações sobre o volume de denúncias recebidas e os procedimentos de moderação e governança;
  • Adotar medidas de prevenção contra a radicalização de crianças e adolescentes.

PORQUE IMPORTA. A interação dos jovens brasileiros com a internet tem sido marcada por conflitos, evidenciados pelo aumento do extremismo de direita, denúncias de exploração sexual infantil online, falta de controle para conteúdos que estimulam a violência escolar e diversas formas de discurso de ódio.

Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico

Receba nossas newsletters e traga felicidade para sua vida.

Não perca nada: você vai receber as newsletters Garimpo (memes e atualidades), Polígono (curadoria de ciência nas redes sociais) e Prensadão (resumo semanal de tudo o que o Núcleo fez). É fácil de receber e fácil de gerenciar!
Show de bola! Verifique sua caixa de entrada e clique no link para confirmar sua inscrição.
Erro! Por favor, insira um endereço de email válido!