Secom inclui agência investigada pela CGU em contrato de R$197 mi para redes sociais

Empresa BR+, que foi "quarteirizada" da Secom em 2023 e acabou investigada pela CGU, está entre as vencedoras da licitação

A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom-PR) divulgou uma lista com as novas agências contratadas para prestar serviços de comunicação digital ao governo Lula.

Elas venceram uma megalicitação cujo gasto público será de R$197,7 milhões nos primeiros 12 meses.

QUEM GANHOU? Essas empresas terão a missão de reverter a queda na popularidade digital do presidente, que se ressente de não ver "boas ações" do governo repercutindo nas redes tanto quanto as críticas.

As vencedoras incluem o consórcio BR e Tal, que reúne as empresas BR+ e Digi&Tal e a Usina Digital.

[ATUALIZADO ÀS 21h49] Segundo reportagem do Poder360, a Área Comunicação e Moringa L2w3, que haviam sido apresentadas como vencedoras de acordo com vários veículos de imprensa, foram desclassificadas devido a problemas de documentação. Isso deu lugar ao consórcio Boas Ideias – e à agência Clara Digital.

INVESTIGADA. Uma das vencedoras da licitação, a BR+ fez a comunicação digital da Secom de forma "quarteirizada" ao longo de 2023 até o contrato caducar em meio a investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) por sobrepreço e serviços prestados sem comprovação, conforme revelou o Núcleo.

Mesmo após o término do contrato, o governo federal manteve terceirizados da empresa trabalhando sob a promessa de que eles logo seriam regularizados.

Fim de contrato deixa governo sem agência para monitorar redes
BR+ prestou serviços para Temer, Bolsonaro e Lula; desde 2018, Ministério da Ciência e Tecnologia “quarteirizava” serviço que pode ter causado R$ 18 mi em prejuízos, segundo a CGU

COMO FOI A SELEÇÃO? A Secom pediu às concorrentes que enviassem "um plano de comunicação digital que apresente estratégias e ações de combate à disseminação de Fake News e à desinformação relativa aos principais temas que envolvem o Governo Federal e que aborde o impacto do problema no dia a dia da população", segundo o briefing da concorrência.

QUAL FOI O CRITÉRIO? As agências foram escolhidas pelo critério de "melhor técnica", que depende da pontuação que a pasta atribuiu às propostas enviadas e a "fatores objetivos previstos no edital", segundo uma norma de julho de 2023 da própria Secom.

Geralmente, licitações contratam empresas por outro critério, o do "melhor preço", em que ganham as empresas que ofertam o orçamento mais barato ao poder público.

ANTECIPOU... Em meio a isso, o resultado da licitação ainda foi antecipado pelo jornalista Wilson Lima, do site O Antagonista, que postou no X/Twitter uma mensagem enigmática de quem venceria a concorrência um dia antes dos resultados saírem. Ele afirma que as empresas ganhadoras são próximas de ministros e deputados petistas.

Texto Pedro Nakamura
Edição Sérgio Spagnuolo

⚠️ Texto atualizado às 21h49 de 24.abr.2024 com informações sobre desclassificação de duas agências, Área Comunicação e Moringa L2w3, segundo reportagem do Poder360.

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