O jornalismo do futuro é colaborativo

O jornalismo do futuro (e o do presente) precisa de mais integração
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Linha Fina é uma coluna de opinião sobre mídia e jornalismo

Eu e o Sérgio somos pessoas muito diferentes, mas concordamos no que é essencial sobre jornalismo e para onde o Núcleo deve ir.

No último Linha Fina ele falou sobre a euforia vazia de publicar uma matéria dois minutos antes do concorrente, que tem importância zero para o leitor, e como a cobertura do Facebook Papers poderia ser muito melhor se fosse colaborativa.

Foi um exemplo específico, mas que serve para explicar um dos pontos principais que guiam o nosso projeto. O futuro do jornalismo, seja ele qual for, depende de profunda e intensa colaboração. Externa e interna.

No passado, o jornalismo não tinha escolha a não ser existir por meio de palavras escritas e impressas, ou faladas e difundidas via rádio. Muitas décadas e várias revoluções depois, o jornalismo pode ser uma lista bem extensa: vídeos de 15 segundos, tuítes de terceiros costurados em uma narrativa, linhas de código, arte interativa, dashboards e centenas de outras coisas (apesar de muitos jornalistões tradicionais ainda torcerem o nariz; para estes, recomendo o The Pudding).

Kat Downs Mulder, chief product officer e managing editor do Washington Post, disse no Web Summit 2021, realizado neste mês em Lisboa, que os engenheiros do jornal sentam-se literalmente lado a lado com jornalistas e designers para que a notícia seja elaborada e produzida da melhor forma possível.

Parece óbvio, mas muitos veículos, inclusive no Brasil, não fazem e não gostam dessa mistura. Em alguns lugares, funcionários de diferentes especialidades ficam não só em áreas separadas, mas em prédios diferentes. Fazia muito sentido (em 1921). Mas o jornalismo do futuro (e o do presente) precisa de mais integração.

Mulder diz que no Post os jornalistas não mais apenas escrevem histórias, mas pensam no ciclo completo de vida do conteúdo. Diz ainda que não está procurando jornalistas que possam programar, mas sim jornalistas que possam identificar uma história e empacotar essa informação de maneiras atraentes.

Isso me lembra um treinamento que fiz em 2018 no BuzzFeed Brasil, quando um gerente de conteúdo disse que redigir um texto bom não era nem metade do trabalho. Segundo ele, mais de 50% do tempo deveria ser investido na elaboração do formato (lista? matéria em texto corrido? vídeo? texto em primeira pessoa?), construção de título, thumbnail e chamada para redes. É tudo parte do mesmo produto.

“As pessoas estão sobrecarregadas de informações e pedir-lhes que se sentem por dez minutos para ler uma história é cada vez mais difícil.”
Kat Downs Mulder, chief product officer e managing editor do Washington Post

No Núcleo, a reunião de pauta inclui a equipe inteira. Designer, analistas de dados e aplicações, editores de redes sociais, todo mundo junto e misturado. Ainda somos microscópicos dentro do cosmos do jornalismo brasileiro. Mas espero que, em algum tempo, a gente consiga creditar parte do nosso crescimento à importância que demos, desde o início, à colaboração e à integração.

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