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Esse mapa do Brasil produzido pelo Pedro Aguiar traz os nomes de lugares (topônimos) em tupi antigo.

Como ele explicou, eles não se referem a nomes recentes de origem indígena. A ideia foi "resgatar ou especular apenas topônimos em tupi antigo para lugares atuais. A maioria veio de referências anteriores à urbanização". E "alguns foram extrapolados de acidentes geográficos particulares para a cidade inteira (como Paranoá pra Brasília)".

E por que o mapa está "de cabeça para baixo" em relação ao que costumamos ver?

Talvez você já saiba que a posição dos continentes nos mapas mundiais é apenas uma convenção. Mas o geólogo Ricardo Angelim explicou também que os referenciais astronômicos para localização e deslocamento no Hemisfério Sul são o Polo Sul, então esse posicionamento faria mais sentido para quem está aqui.

Na mesma sequência, Pedro apresenta outros mapas em línguas ameríndias.

Como fica claro nessas iniciativas, mapas são representações, e por isso mesmo, produções subjetivas, em que se escolhe o que é privilegiado.

Eles geram e disseminam conhecimento sim, mas também trazem embutidos visões de mundo e discursos. E que podem ser usados nos processos de domínio, como foi a colonização da América e da África…

“Carta Atlântica”, de Sebastião Lopes - 1558. Fonte: Universidade de Coimbra.

Mas também podem ser aplicados em ações que permitem resgatar o protagonismo de populações locais.

É isso que busca fazer este projeto da Universidade Federal de Sergipe com quilombolas.

O objetivo é a produção da primeira base de dados georreferenciados online (livre e editável) com base no conhecimento de nativos, além de "ajudar popularização da ciência e da tecnologia em práticas de educação e a comunicação comunitária." (InfoSãoFrancisco)

Outros exemplos de projetos colaborativos são o OpenStreetMap e o YouthMappers, com voluntários que vivem e conhecem áreas onde os mapeamentos oficiais são insuficientes. Eles realizam ações de mapeamento voltadas para enfrentar problemas locais, muitas vezes usando softwares livres e smartphones. (Jornal da USP).

NÃO FAZEMOS APENAS MAPAS. CONSTRUÍMOS MAPEADORES. "Nossa missão é cultivar uma geração de jovens líderes para criar comunidades resilientes e definir seu mundo mapeando-o." Captura de tela da homepage do YouthMappers

Dados & mapas

Mas mesmo mapas simples com dados já podem nos fazer refletir sobre algumas concepções, e modificá-las.

Por exemplo, quando olhamos para a taxa de homicídios no Brasil proporcional à população (por cem mil habitantes), pode haver surpresas.

E a parcela dos indianos que fala inglês, você sabe? Talvez seja menor do que muita gente imagina.

Outros mapas colocam no espaço os dados de algumas realidades que muitos estão sentido na pele. E ajudam a visualizar disparidades regionais.

Custo da cesta básica

Desemprego no mundo em 2021

Não está fácil ser brasileiro...

Tempo gasto no congestionamento em capitais brasileiras

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Velocidade da Internet nos estados

Todos invejando o Piauí? Brincadeiras à parte, pensa na diferença que isso fez na pandemia, com o EAD, e continua fazendo...

Mapas também mostram, o tamanho dos problemas ambientais, os localizando no tempo no espaço.

Desmatamento na Amazônia

A floresta (e quem se preocupa com ela) está vivendo tempos duros. Aperte o play para ver.

Emissões de Co2 por estado

Mesmo considerando a área maior, você imaginaria que o Pará e o Mato Grosso são maiores emissores de gás carbônico do que o estado São Paulo? Agropecuária e desmatamento talvez possam ajudar a explicar.

Sabia que, por causa da degradação ambiental, a Amazônia já emite mais carbono do que absorve?

Outros mundos

Algumas versões do mundo muito distantes da invenção dos satélites, ou mesmo das grandes navegações.

Segundo Eratosthenes, em reconstituição do século 19.

Segundo Hecataeus de Miletus.

O Velho Mundo representado por Fra Mauro, religioso que viveu no século 15. Também conhecido como o "Google Earth dos 1450's".

E o mapa do mundo de Mahmud al-Kashgari, estudioso turco do século 11, em seu livro "Diwan Lughat al-Turk". Mostra no centro a cidade de Balasagun, uma das capitais do canato de Kara-Khanid.

Para terminar o post, um mapa que mostra uma fantasia tão compartilhada que quase virou realidade - bem antes das redes sociais.

"A ilha imaginária de Frisland, no mapa do Ártico de Mercator 1623. Frisland apareceu na maioria dos mapas do Atlântico Norte de meados do século 15 a meados do século 16."

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