Esse mapa do Brasil produzido pelo Pedro Aguiar traz os nomes de lugares (topônimos) em tupi antigo.
Depois de quase 3 anos, aqui está a versão 2.0 do Mapa do Brasil com Topônimos em Tupi Antigo ("mapa decolonial do Brasil")
— Pedro Aguiar (@pedreco) April 11, 2022
Não são aldeias nem topônimos atuais de origem indígena.
Os países vizinhos e dos oceanos foram retirados do antigo fórum Pysasu: https://t.co/NfzTV37cWN pic.twitter.com/MvLgkz20Qq
Como ele explicou, eles não se referem a nomes recentes de origem indígena. A ideia foi "resgatar ou especular apenas topônimos em tupi antigo para lugares atuais. A maioria veio de referências anteriores à urbanização". E "alguns foram extrapolados de acidentes geográficos particulares para a cidade inteira (como Paranoá pra Brasília)".
E por que o mapa está "de cabeça para baixo" em relação ao que costumamos ver?
Talvez você já saiba que a posição dos continentes nos mapas mundiais é apenas uma convenção. Mas o geólogo Ricardo Angelim explicou também que os referenciais astronômicos para localização e deslocamento no Hemisfério Sul são o Polo Sul, então esse posicionamento faria mais sentido para quem está aqui.
Os referenciais astronômicos para localização e deslocamento no Hemisfério Sul é o Polo Sul. Lembra do Cruzeiro do Sul? Usar o referencial Norte na cartografia no lado Sul sempre implica em gambiarra.
— Ricardo Angelim (Wolves) (@wolverinegeo) April 11, 2022
Na mesma sequência, Pedro apresenta outros mapas em línguas ameríndias.
Pra quem gostou e quiser ver mais mapas em línguas ameríndias, seguem aqui alguns do @decolonialatlas:
— Pedro Aguiar (@pedreco) April 11, 2022
América do Sul em guaranihttps://t.co/SoH2DG8H1o pic.twitter.com/nHq9wQMtMM
Como fica claro nessas iniciativas, mapas são representações, e por isso mesmo, produções subjetivas, em que se escolhe o que é privilegiado.
Olh esse mapa-múndi em japonês que tem no laboratório de geografia que eu estou trabalhando
— Joshua em inglês (@josuuba) April 13, 2022
Ele centraliza a Ásia no meio, não a Europa kkk pic.twitter.com/FsIgSpqIvJ
Eles geram e disseminam conhecimento sim, mas também trazem embutidos visões de mundo e discursos. E que podem ser usados nos processos de domínio, como foi a colonização da América e da África…
Mapa Mundi de Sebastião Lopes, 1583. pic.twitter.com/mK8wWZreRY
— Hispaniarum Rex (@HispaniarumRex) April 13, 2022
Map of Africa in 1823 pic.twitter.com/hYGpJQPpfa
— Zoom Afrika (@zoomafrika1) April 13, 2022
The map of Africa if it was divided by language and ethnicity.#NoMore #BreakTheSilence #UnityForEthiopia #AfricaUnite pic.twitter.com/XC4YpbTAqV
— I Believe In Love 🇪🇹 (@Wisdomoverrichs) April 16, 2022
Mas também podem ser aplicados em ações que permitem resgatar o protagonismo de populações locais.
É isso que busca fazer este projeto da Universidade Federal de Sergipe com quilombolas.
Até o século 20, mapas foram demandas exclusivas do estrangeiros (colonizadores, empresas, militares, turistas) 🤔 No século 21, a lógica da produção e reprodução dos mapas online se inverte e o habitante passa a ser empoderado pelos mapas. Segue o 🧵 pic.twitter.com/s9Jbmmvl7t
— Mapas Para Todos (@MapasTodos) July 21, 2021
O objetivo é a produção da primeira base de dados georreferenciados online (livre e editável) com base no conhecimento de nativos, além de "ajudar popularização da ciência e da tecnologia em práticas de educação e a comunicação comunitária." (InfoSãoFrancisco)
Outros exemplos de projetos colaborativos são o OpenStreetMap e o YouthMappers, com voluntários que vivem e conhecem áreas onde os mapeamentos oficiais são insuficientes. Eles realizam ações de mapeamento voltadas para enfrentar problemas locais, muitas vezes usando softwares livres e smartphones. (Jornal da USP).

Dados & mapas
Mas mesmo mapas simples com dados já podem nos fazer refletir sobre algumas concepções, e modificá-las.
Por exemplo, quando olhamos para a taxa de homicídios no Brasil proporcional à população (por cem mil habitantes), pode haver surpresas.
Taxa de homicídio no Brasil (2021) 19.3, redução 7%. Maior no AM e menor SP. #Stats pic.twitter.com/SzOepUShZz
— Brasilemmapas | 🇧🇷🇵🇹🇬🇧 (@brasilemmapas) February 22, 2022
E a parcela dos indianos que fala inglês, você sabe? Talvez seja menor do que muita gente imagina.
What percentage of people can speak English in every state of India? pic.twitter.com/KVq4zSQjvU
— Stats of India (@Stats_of_India) April 15, 2022
Outros mapas colocam no espaço os dados de algumas realidades que muitos estão sentido na pele. E ajudam a visualizar disparidades regionais.
Custo da cesta básica
Custo da cesta básica de alimentos no Brasil 🍞🍗(Mar,2022)#alimentos #inflação pic.twitter.com/sLRaVmISMD
— Brasilemmapas | 🇧🇷🇵🇹🇬🇧 (@brasilemmapas) April 13, 2022
Desemprego no mundo em 2021
Não está fácil ser brasileiro...
Taxa de desemprego no mundo (2021) #economia #stats #datamap pic.twitter.com/ld4RDggwDe
— Brasilemmapas | 🇧🇷🇵🇹🇬🇧 (@brasilemmapas) February 22, 2022
Tempo gasto no congestionamento em capitais brasileiras
Quanto tempo menos perderíamos se houvesse mais trem e metrô nas cidades brasileiras? Ou se as metrópoles fossem menos adensadas?
Tempo médio de congestionamento por ano🚗🚚🚕 pic.twitter.com/0RXLs2x0gj
— Brasilemmapas | 🇧🇷🇵🇹🇬🇧 (@brasilemmapas) February 4, 2022
Velocidade da Internet nos estados
Todos invejando o Piauí? Brincadeiras à parte, pensa na diferença que isso fez na pandemia, com o EAD, e continua fazendo...
Velocidade média da internet no Brasil (Mbps) 📶 pic.twitter.com/LaFBlhOrIa
— Brasilemmapas | 🇧🇷🇵🇹🇬🇧 (@brasilemmapas) December 29, 2021
Mapas também mostram, o tamanho dos problemas ambientais, os localizando no tempo no espaço.
Desmatamento na Amazônia
A floresta (e quem se preocupa com ela) está vivendo tempos duros. Aperte o play para ver.
Timelapse do desmatamento na Amazônia detectado pelo DETER/INPE entre jan2019 e fev2022. Dá uma clara dimensão do estrago dos ultimos 3 anos na região. A fração com sinais de ilegalidade beira os 99%. pic.twitter.com/8xJeEohuu1
— Tasso Azevedo (@tassoazevedo) April 5, 2022
Emissões de Co2 por estado
Mesmo considerando a área maior, você imaginaria que o Pará e o Mato Grosso são maiores emissores de gás carbônico do que o estado São Paulo? Agropecuária e desmatamento talvez possam ajudar a explicar.
Sabia que, por causa da degradação ambiental, a Amazônia já emite mais carbono do que absorve?
Emissões de CO2 por estados brasileiros 🌳🔥🐂 #clima pic.twitter.com/24bkTxNiwX
— Brasilemmapas | 🇧🇷🇵🇹🇬🇧 (@brasilemmapas) December 6, 2021
Outros mundos
Algumas versões do mundo muito distantes da invenção dos satélites, ou mesmo das grandes navegações.
Segundo Eratosthenes, em reconstituição do século 19.
World map according to Eratosthenes, 19th century reconstruction. pic.twitter.com/7KXDO3zWyb
— Vintage Maps (@vintagemapstore) April 13, 2022
Segundo Hecataeus de Miletus.
Map of the Earth according to Hecataeus of Miletus (c. 550 BC – c. 476 BC). © Ekdotiki Athinon. Besides his written works, Hecataeus is also credited with improving the map of Anaximander, which he saw as a disc encircled by Oceanus. pic.twitter.com/s6sUh990g4
— Archaeology & Art (@archaeologyart) April 12, 2022
O Velho Mundo representado por Fra Mauro, religioso que viveu no século 15. Também conhecido como o "Google Earth dos 1450's".
Fra Mauro's World Map iconographic repertoire is extremely rich: cities, castles, roads, borders, ships and shipwrecks.
— Museo Galileo (@museogalileo) April 14, 2022
In the corners there are also 3 representations of the celestial world and even a gorgeous Garden of Eden.
Explore the digital edition
👉https://t.co/B3in9m2jwa pic.twitter.com/OJ8m8wuZk4
E o mapa do mundo de Mahmud al-Kashgari, estudioso turco do século 11, em seu livro "Diwan Lughat al-Turk". Mostra no centro a cidade de Balasagun, uma das capitais do canato de Kara-Khanid.
Mahmud al-Kashgari’s world map from his book Diwan Lughat al-Turk. pic.twitter.com/QlewcAmHuO
— Vintage Maps (@vintagemapstore) April 14, 2022
Para terminar o post, um mapa que mostra uma fantasia tão compartilhada que quase virou realidade - bem antes das redes sociais.
"A ilha imaginária de Frisland, no mapa do Ártico de Mercator 1623. Frisland apareceu na maioria dos mapas do Atlântico Norte de meados do século 15 a meados do século 16."
The imaginary island of Frisland on Mercator’s Arctic Map 1623. Frisland appeared in most maps of the north Atlantic from the mid 15th century to the mid 16th century. pic.twitter.com/9rG22ljeXD
— Vintage Maps (@vintagemapstore) February 23, 2022
Conversa aberta