Parece até estranho pensar que estamos vivendo uma emergência de saúde pública há três anos. A pandemia da COVID-19 foi marcada por diversos acontecimentos, e um deles, foi a declaração da Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC, em inglês), pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Março de 2020. Nas redes sociais, especialistas, jornalistas e divulgadores científicos revisitaram esse momento, trazendo reflexões importantes.
Os caminhos de um futuro incerto
Hoje, uma das perguntas que assolam nossas mentes é "como será o futuro daqui em diante?". O jornalista André Biernath, da BBC Brasil, comenta na reportagem abaixo, alguns pontos importantes, como a vigilância para novos aumentos de casos, mudanças importantes nas versões do vírus que poderão surgir.
Outro ponto importante destacado por Biernath é a vacinação. Infelizmente, temos muitos brasileiros que não completaram o esquema primário da vacinação. Os dados do portal CoronavirusBra1 revelam que um pouco mais de 86% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose da vacina, enquanto que menos de 60% da população recebeu uma dose de reforço (ou terceira dose) das vacinas contra a COVID-19.
Ainda, Biernath comenta em sua reportagem sobre a percepção de risco, que passou a ser mais individualizada do que coletiva, como em momentos anteriores. Uma vez que aumentamos a porcentagem da população imunizada, flexibilizações puderam ser feitas, o que incluiu a desobrigatoriedade do uso de máscaras (porém, com a recomendação alta de uso em ambientes pouco ventilados e/ou com aglomeração).
No entanto, "as vacinas foram vítimas do seu próprio sucesso", comenta a médica infectologista Rosana Richtmann para a CNN:
“Após três anos aprendendo e convivendo com esse vírus, e graças à vacinação, nós conseguimos voltar a uma vida quase normal, sem mais necessidade do uso de máscaras indiscriminadamente. Sim, mantendo a necessidade da vacinação, só que, mais uma vez, as vacinas foram vítimas do seu sucesso. Por que as pessoas deixaram de ter a percepção da gravidade da Covid-19”
O perigo da COVID longa
O jornalista da Agência Pública Bruno Fonseca comenta, na reportagem abaixo, a importância de monitorarmos, detectarmos precocemente e criarmos estratégias para auxiliar no manejo das sequelas que podem surgir ou persistir após a COVID-19, agrupadas na denominação COVID longa.
Fonseca reforça que as sequelas podem ser diversas, passando por afetações neurológicas, cardiovasculares, pulmonares e gastrointestinais, por exemplo.
O fim está próximo ?
Para o pesquisador da FIOCRUZ Julio Croda, estamos próximos do fim da pandemia da COVID-19, mas não significa que devemos nos descuidar dessa reta final.
Na reportagem da CNN, Croda comenta:
“Estamos próximos do fim da pandemia, sim. Para que isso ocorra, é importante que a gente tenha uma maior porcentagem da população mundial vacinada. Que a gente consiga diminuir a desigualdade no que diz respeito ao acesso à vacina, principalmente para os países pobres e para as populações mais vulneráveis, porque isso diminui a letalidade da doença e o número de óbitos diários”
Cabe lembrar que, apesar da proximidade, a pandemia da COVID-19 não acabou ainda. Esse alerta é reforçado pelo cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt que, em análise recente, revelou uma tendência de crescimento de novos casos, marcando o possível início de uma nova onda.
Para encarar uma possível nova onda, sabemos o que funciona: vacinação em dia e uso de medidas não farmacológicas, como as máscaras, em ambientes de risco. Ainda, testagem no menor sinal de sintomas respiratórios é fundamental para evitar a dispersão do vírus.
No entanto, todo final de túnel se percebe uma luz, e podemos já estar perto de vislumbrá-la. Cabe a nós nos mantermos no ritmo de chegada, não esquecendo que, para chegar no final, precisamos ter as ferramentas necessárias para isso: vacinação, testagem, vigilância e medidas de proteção individual em cenários de maior risco.