O maçarico tá on

Olá, bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues numa Minas Gerais com o maçarico ligado — este é um dos temas de hoje.
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Olá, bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues numa Minas Gerais com o maçarico ligado — esse é um dos temas de hoje. Também trago um conflito de interesses curioso descoberto pelo Núcleo, e mais algumas observações sobre o terremoto de Taiwan. Na nota do convidado, Mell Fontes-Dutra e Ana Arnt trazem uma reflexão sobre desinformação e dengue. Bora?


Fritando
Temos um novo recorde: março de 2024 é o mês mais quente da história, segundo o observatório europeu do clima Copernicus. Mês passado foi o décimo consecutivo a bater recordes de calor e nenhum canto do planeta (ou dos oceanos) escapou. Segundo cientistas, esta é uma nova máxima "chocante".  

Esquadrilha da fumaça
A FSB é uma das maiores empresas de comunicação corporativa do Brasil e, desde março do ano passado, cuida da comunicação digital do Ministério da Saúde. Uma reportagem do Núcleo mostrou que a empresa sugeriu uma ação do MS em que influencers fariam reacts para tirar sarro de fumantes de vape — o negócio é que a British American Tobacco (BAT, antiga Souza Cruz) é cliente da FSB desde 2013. Nenhum conflito aí, não é mesmo?

A terra tremeu
Quarta-feira passada, Taiwan presenciou um terremoto — o mais forte dos últimos 25 anos — que bateu 7.4 na escala Richter. A cidade de Taipei está em cima de uma bacia sedimentar suscetível à amplificação de ondas sísmicas. Pelo menos 13 pessoas morreram, mas o episódio só não foi pior porque o país se preparou para esse tipo de evento depois do terremoto que arrasou o país em 1999.

👁️
Você viu?

* Parece mágica, mas é eletrostática! 🕴️
* Aves = répteis 🐍
* Que coisa linda é a perspectiva, né?
* Plantas, infelizmente, não espantam mosquito da dengue.
* Já viu uma lagarta respirando? 🤯
* No Oriente Médio, o mar virou sertão
* E no RN, o sertão vira rio de novo ❤️
* Para a Amazon, AI = "an Indian"
* Por que a Lua brilha tanto?
* Pinhole? Não, são árvores!
* A Terra está desacelerando?

Nota do convidado

Será que quem você segue não está te enganando?

Por Mellanie Dutra, biomédica e professora da Escola de Saúde da Unisinos, e Ana Arnt, professora do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenadora do projeto Blogs de Ciência da Unicamp

Com textos marcados por palavras em caixa-alta, relatos, testemunhos e vídeos com indivíduos ditos especialistas alertando para um grande mal oculto ou imagens surpreendentes alegando um perigo iminente, as estratégias do movimento anti-vacina são muitas. Elas usam algumas ferramentas em comum: buscam, através da insegurança, medo, revolta, a partir de uma conversa sedutora, o convencimento de pessoas a cair em uma criminosa mentira, que pode colocar vidas em risco. 

O movimento anti-vacina não surgiu na pandemia, porém usou esse cenário para ganhar mais espaço, e vacinas como as contra a Covid-19 viraram seus alvos. Existem desinformações recicladas, mas que sempre voltam com um jeitinho diferente: alegações falsas sobre mudanças no seu DNA, que vacinas de RNA mensageiro são terapia gênica, até que vacinas causariam uma condição chamada turbo câncer. Esta última parece existir apenas no ecossistema da desinformação. 

Todavia existem também desinformações que já têm muitos aniversários: a alegação falsa de que vacinas poderiam causar autismo. E não se enganem: se as vacinas contra a Covid-19 ainda seguem sendo um grande alvo desse movimento, sobrou também para as novas vacinas contra a Dengue. Isso sem contar o fato de que vacinas há muito tempo conhecidas também estão na mira desse ecossistema desinformativo. 

Existe um esforço de muitos grupos de pesquisa em estudar o quê ou quem financia a desinformação, quais são os principais envolvidos e seus objetivos. Enquanto levantamos mais respostas, temos algumas certezas: esse ecossistema da desinformação não se importa com sua saúde, quem desinforma precisa ser responsabilizado e, principalmente, as redes sociais e aplicativos de comunicação precisam ter um gerenciamento adequado dos conteúdos que neles circulam. 

A luta contra a desinformação precisa ser institucionalizada e coletiva, e ela também passa por quem e o que compartilhamos.

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