Haja paciência

Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues. Hoje trago algumas análises sobre o embate entre Elon Musk e o judiciário, a esperança de vermos um dodô ao vivo e em cores num futuro próximo e o chororô com o mapa-múndi mais recente do IBGE.
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Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues. Hoje trago algumas análises sobre o embate entre Elon Musk e o judiciário, a esperança de vermos um dodô ao vivo e em cores num futuro próximo e o chororô com o mapa-múndi mais recente do IBGE. Na nota do convidado, Marlise dos Santos — que pesquisou farmácia aeroespacial na PUC-RS por mais de 20 anos — fala sobre a importância de pesquisas sobre a fisiologia humana em baixa gravidade (tá aí uma coisa que poderia ocupar mais o tempo do dono da SpaceX). Vamos lá?


É treta!
Muito provavelmente você viu algo no noticiário sobre o embate entre o bilionário Elon Musk e TSE/STF. A treta começou com a publicação dos Twitter Files (acusando o judiciário brasileiro de assédio a funcionários do Twitter) — e Musk disse que seu Twitter/X não iria mais bloquear contas de suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe em 08 de janeiro do ano passado. O negócio é que a justiça brasileira manda fazer isso (outros países também fizeram requisições semelhantes e estava tudo bem para o X). Há uma enxurrada de desinformação sobre o caso, mas há bons materiais de contexto também — como esse geralzão do nosso Núcleo e essa análise no UOL. And the plot thickens

A ressurreição do dodô
Lembra do dodô, aquela ave engraçada que vivia nas Ilhas Maurício (a leste de Madagascar) mas foi extinta no fim do século 17? Pois é, uma empresa de biotecnologia dos EUA quer trazê-la de volta usando engenharia genética. A ideia é inocular células germinativas primordiais com material genético de dodô em embriões de galo e galinha estéreis. O primeiro anúncio do projeto foi no início do ano passado, e até agora pesquisadores mapearam o código genético do dodô, de uma outra ave extinta e do pombo Nicobar, parente vivo mais próximo do dodô. 

Tenha a santa paciência
Há uns dias, o IBGE divulgou uma nova versão do mapa-múndi e gerou um barulho enorme porque colocou o Brasil no centro do mapa. Há quem tenha amado, há quem tenha torcido o nariz, mas a questão mesmo (na humilde opinião dessa que vos fala) é que essa DR é perda de tempo. A Terra é redonda e, como bem lembrou uma alma sensata no Twitter/X, "a superfície de uma esfera não tem lado nem margem". O mapa não tem distorção geográfica e se o IBGE quisesse colocar a Índia ou o Japão no centro, ou botar tudo de cabeça para baixo, as distâncias entre países e as posições deles iam continuar as mesmas. Tem uma discussão geopolítica sim, mas assim: o "B" de IBGE é de "Brasileiro". Pessoal queria que colocassem a Suécia no centro do mapa?

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Você viu?

* Este projeto é de restaurar a fé na humanidade. Dica da Erika Berenguer ❤️
* Obrigada por tudo, Prof. Higgs!
* Um fluído programável! 🤯
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* Protocolo de desparasitação é bobagem.
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* O mito dos ciclopes foi inspirado por um fóssil.
* Tietasaura é o MELHOR nome já dado a um dinossauro! 🇧🇷
* Você também tá assistindo Fallout? Qualquer semelhança… 
* E essa tartaruguinha, mddc!! 🥹 😂

NOTA DO CONVIDADO

Pesquisas lá em cima ajudam a saúde cá embaixo

Por Marlise dos Santos, líder da Innovaspace – Space Without Borders, e fundadora e CEO da MyDIGICARE

Em 4 de março de 2024, houve o lançamento da Space X Crew-8 do Centro Espacial John Kennedy rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), objetivando a realização de experimentos em ciência e tecnologia.

Ao pensarmos na exploração espacial — seja para uma missão à Lua ou à Marte — precisamos entender que astronautas irão permanecer por um longo período em um ambiente onde a gravidade é reduzida. Eles ficarão em um ambiente confinado, com ruídos constantes e onde há um elevado índice de radiações cósmicas. 

Fluídos corporais se deslocam para a parte superior do corpo e, com o passar do tempo, ocorre perda óssea e atrofia muscular, principalmente nos membros inferiores.

O conhecimento dessas alterações fisiológicas é fundamental para encontrar alternativas e mecanismos que auxiliem os astronautas a se adaptarem com mais facilidade e sobrevivam neste ambiente extremo. 

O que muitas pessoas não sabem é que pesquisas em ambiente de microgravidade podem beneficiar muito a vida das pessoas na Terra. A exemplo disso, podemos citar experimentos realizados na ISS com a molécula sciAB para bloquear a esclerotina, uma proteína que inibe a formação óssea.

Quando administrada em ratos, ela apresentou aumento da densidade óssea dos animais. A molécula posteriormente deu origem ao fármaco romosozumabe, hoje utilizado na osteoporose pós-menopausa.

A pesquisa espacial também demostrou que o processo de cristalização de fármacos — como a insulina e de proteínas de bactérias, vírus ou provenientes de genes — ocorre de forma mais lenta em ambiente de microgravidade, produzindo cristais mais puros, maiores e com formato tridimensional.

Esses achados permitem que as moléculas sejam estudadas de forma mais clara, possibilitando novas estratégias de combate a patógenos, assim como para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de doenças.

A exemplo disso, podemos citar um estudo realizado a bordo da ISS no qual pesquisadores conseguiram a cristalização de uma proteína associada à Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), uma doença genética incurável

Esta estratégia de estudo de crescimento de cristais em microgravidade tem sido utilizada também para encontrar novas estratégias para outras doenças, como o câncer, Alzheimer e Parkinson, para o tratamento da COVID-19, e para o desenvolvimento de vacinas.

O eye tracking device é um dispositivo utilizado pela Agência Espacial Europeia para medir os movimentos dos olhos e da cabeça no espaço com exatidão e precisão para manter o equilíbrio. Os resultados obtidos neste experimento mostraram que o dispositivo poderia ser usado como suporte para cirurgias oculares corretivas a laser e são utilizados em diferentes países. 

Da mesma forma as plantas, quando cultivadas no espaço, sofrem alterações fisiológicas devido à gravidade reduzida, mas principalmente devido às radiações cósmicas. Frente a estas radiações, plantas sofrem mutações em seu material genético (a chamada mutagênese espacial), que pode dificultar o desenvolvimento de algumas espécies mas pode tornar outras mais resistentes.

Um exemplo é da Luyuan 502, uma variedade de trigo que, após retornar do espaço e ser cultivada, aumentou em 11% o seu rendimento e ficou mais resistentes às pragas do trigo. 

Pesquisas espaciais são importantes para garantir a sobrevivência dos astronautas na ISS mas, sem dúvida, são um recurso importante para os avanços na área da Saúde na Terra.

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