Expectativa x realidade

Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues e hoje trago notícias sobre o dilúvio que caiu em Dubai, a passagem do cometa do Diabo (que gostaria muito de ter visto) e a perda de corais, que são basicamente florestas oceânicas.
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Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues e hoje trago notícias sobre o dilúvio que caiu em Dubai, a passagem do cometa do Diabo (que gostaria muito de ter visto) e a perda de corais, que são basicamente florestas oceânicas. Cientistas estão tentando achar soluções para o problema (mas se os políticos não ajudarem, vai ser muito difícil). Na nota do convidado, Luiz Eduardo Del-Bem fala do estado da greve em universidades federais. Expectativa e realidade estão bastante em choque no Brasil. 


Ciência Monitorada

Núcleo lança nesta semana o painel público do projeto Ciência Monitorada. A iniciativa deu acesso gratuito por um ano para 371 membros da comunidade científica ao Legislatech, facilitando o monitoramento de assuntos de relevância para a ciência em documentos públicos brasileiros e na imprensa.

O Ciência Monitorada foi criado pelo Núcleo, com apoio do Instituto Serrapilheira e parceria institucional com a Agência Bori, para facilitar o monitoramento de documentos públicos brasileiros pela comunidade científica.

Acesse o painel e saiba mais sobre o projeto

Dubai debaixo d'água
Na última quarta-feira, Dubai, nos Emirados Árabes, viu um ano e meio de chuva cair em 24 horas. O evento foi devastador. Há quem diga que foi a semeadura de nuvens — uma tecnologia que joga substâncias como iodeto de prata em nuvens para provocar a condensação de água — mas grãos de areia e poeira têm efeito parecido. E por lá tem muita areia. Só que a tal semeadura (algo que os Emirados Árabes fazem, de fato) tem efeitos muito localizados em nuvens individuais ou pequenos grupos. O mais provável é que tenhamos visto mais um feito das mudanças climáticas, mesmo.

Olha o cometa!
No último domingo, muita gente pôde ver o cometa 12P/Pons-Brooks, ou o "Cometa do Diabo", no hemisfério sul e no Brasil. No fim de semana, o objeto teve sua maior proximidade com o Sol. A olho nu pode ter sido um pouco difícil de observar, mas com telescópios e binóculos a vista foi praticamente garantida. O cometa só deve ficar visível de novo em cerca de 70 anos e leva este apelido porque tem uma bifurcação na cauda que se parece com chifres — fenômeno que astrônomos estão estudando para entender.

Perdendo corais
No domingo, o Fantástico mostrou uma reportagem sobre um evento que está acontecendo em ritmo acelerado: a perda de corais em regiões marinhas pelo mundo todo — inclusive no Brasil. A coisa é tão séria que eles correm risco de extinção se nada for feito. Mais da metade dessas espécies estão cozinhando em temperaturas maiores do que conseguem suportar. Além do prejuízo ambiental (eles protegem peixes e são excelentes quebra-mares, por exemplo), o prejuízo é econômico: corais rendem US$2,7 bilhões anuais em bens e serviços. 

💡
Você viu?

* Como se vacinar contra desinformação climática?
* Por que a NASA mandou uma guitarra para o espaço? 🤭
* Quantos desses cantos de pássaro você reconhece? ❤️
* Que loucura essa IA nova da Microsoft! 🤯
* Já viu como anda uma estrela-do-mar?
* É por isso que terra seca favorece enchentes.
* A Voyager 1 não morreu! 🛰️ ❤️
* Quem reclamou do IBGE vai reclamar da NOAA também?
* Ontem foi o Dia da Terra 🌎
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* Vai olhar para o Sol? SEMPRE use telescópio com filtros! 🔥
* É grave a situação do Ibama. ☹️

Nota do convidado

Por que tantas universidades federais estão em greve?

Por Luiz Eduardo Del-Bem, professor adjunto de Genômica Evolutiva no Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais

Há várias questões que foram sendo acumuladas ao longo, pelo menos, da última década, que explicam o que está ocorrendo em todas as partes do país. Está em jogo a própria concepção de educação superior pública. Diversos serviços públicos, que são vitais, especialmente para as camadas menos favorecidas da população, estão passando por um desmonte neste período. Com a educação superior e a ciência, não é diferente. 

Universidades, centros e institutos federais de ensino superior viram seu orçamento passando por cortes sucessivos ao longo dos últimos anos. Somente entre 2023 e 2024, o Congresso aprovou projeto de lei orçamentária que cortou o orçamento de R$6,2 para R$5,9 bilhões. Segundo estudo da ANDIFES, o orçamento deveria contar com, no mínimo, R$2,5 bilhões a mais para o funcionamento básico destas instituições.

Recursos que são investidos em pesquisa foram minguando. O edital Universal do CNPq, destinado a financiar pesquisa em todo Brasil, contou com apenas R$300 milhões (menos de 60 milhões de dólares) em 2023. Este montante é inferior ao que um único centro de pesquisa pode receber no exterior. O número de bolsas de pesquisa, o salário de cientistas que estamos formando, também passaram por cortes sucessivos. Neste cenário, CNPq apresenta um criticado programa de repatriação de cientistas de R$1 bilhão, que exclui quem está no Brasil.

O arrocho salarial de servidores técnico-administrativos (TAEs) e professores, causado pela não reposição da inflação ao longo de muitos anos, é um ponto importante. Mudanças promovidas em 2012 criaram uma profunda assimetria entre diferentes estágios da carreira, levando os jovens docentes (adjuntos) a acumularem perdas salariais de até 40% desde 2010. A situação dos TAEs também é dramática, com salários baixos e incompatíveis com sua grande importância para o funcionamento das instituições.

A greve, enquanto instrumento histórico de luta dos trabalhadores, busca resgatar um sistema público de educação superior de qualidade, que permita um projeto de sociedade mais igualitária, justa e soberana.

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