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O noticiário político do fim de semana aqueceu as redes sociais. A menos de duas semanas do segundo turno, um vídeo em que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) insinuou prostituição infantil após encontrar venezuelanas em projeto social pautou as redes até pouco antes do início do debate, na noite de domingo (16.out).
O ISP, índice criado pelo Núcleo para medir a temperatura das redes de políticos, chegou a 90, em uma escala de 0 a 100, durante o evento. O índice ficou menor do que a nota máxima (100) alcançada nos dias 28 e 29 de agosto, durante o primeiro debate presidencial na TV Bandeirantes seguidos de entrevistas de candidatos ao Jornal Nacional no primeiro turno das eleições.
COMO FOI O DEBATE NAS REDES
A repercussão do primeiro debate do segundo turno da corrida eleitoral à Presidência - realizado por Band, CNN, UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura - colou mais no Twitter do que nas outras redes sociais.
Segundo o Political Pulse BR, ferramenta do Núcleo que monitora os principais assuntos nas redes sociais de políticos, os cinco assuntos mais falados nas últimas 24 horas tinham relação com a declaração de Bolsonaro. Os termos mais usados foram: BOLSONARO PEDÓFILO
, PEDÓFILO PERVERTIDO
, PERVERTIDO TARADO
, CRIANÇAS BOLSONARO
e TARADO PEDOFILIA
.
Monitoramento em tempo real do Twitter durante o debate apontou que das 20h (início do debate) à meia-noite, os temas mais comentadosna rede foram: corrupção
, educação
, economia
, questão ambiental
e violência
.
De acordo com o Twitter, foi a primeira vez em que a questão ambiental chegou à lista dos cinco temas mais comentados na rede durante um debate. O tema entrou em pauta quando os dois candidatos foram questionados sobre o desmatamento na Amazônia.
Entenda o que rolou
"Pintou um clima". Em entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro na sexta-feira (14.out), Bolsonaro disse que “pintou um clima” entre ele e meninas venezuelanas de 14 e 15 anos que, segundo ele, estavam “arrumadas para ganhar a vida”, uma insinuação de que elas estariam se prostituindo. O UOL falou com uma das venezuelanas, que afirmou que a casa abrigava uma ação social.
- Nas redes, como mostrou o Garimpo, Bolsonaro foi chamado de asqueroso e pervertido, e usuários indagaram o que pais e mães de meninas nessa idade sentem quando uma pessoa de 67 anos, como é o caso de Bolsonaro, faz uma declaração dessas.
Munição para campanha adversária: A campanha de Lula viu uma janela de oportunidade e passou a usar o trecho do vídeo em que Bolsonaro fala que "pintou um clima" como munição. A declaração apareceu dentro de um vídeo de 30 segundos publicado nas redes de Lula.
Outros dois importantes nomes da campanha petista, a presidente nacional do partido Gleisi Hoffmann e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também publicaram sobre o vídeo em suas redes.
TSE reage: No domingo, pouco antes do início do debate, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes concedeu uma liminar do PL que alegava que o PT estaria fazendo propaganda eleitoral irregular e tirando a declaração de Bolsonaro de contexto.
Moraes determinou a remoção do vídeo de todas as redes sociais e mencionou o post de Gleisi na decisão, afirmando que o post fazia "uso de recortes e encadeamentos inexistentes de falas gravemente descontextualizadas do Representante, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente".
Youtube age: Mas o vídeo original da entrevista de Bolsonaro já havia sido removido pelo Youtube no meio da tarde de domingo por conter uma informação falsa sobre a COVID-19. Bolsonaro afirmou que nenhuma criança morreu de COVID no Brasil, o que não é verdade.
Pesou o clima. A declaração de Bolsonaro gerou preocupação para a campanha bolsonarista. Na madrugada de sábado para domingo, o presidente fez uma live em que acusou o PT de explorar sua declaração fora de contexto, mas ele próprio não esclareceu o porquê de ter usado "pintou um clima" e nem se levou sua preocupação sobre prostituição infantil às autoridades.
Também na calada da noite de sábado (15.out), a campanha impulsionou 3 anúncios 3 anúncios no Google com o título "Bolsonaro não é pedófilo". As peças custaram R$180 mil
à campanha do presidente.
Grupos bolsonaristas de Telegram monitorados pelo Núcleo registraram 336 mensagens com a palavra "pedofilia", ultrapassando 1,4 milhão
de visualizações. As menções tiveram um pico no sábado, somando pelo menos 649 mil
visualizações. No domingo, a conversa perdeu um pouco de força, mas ainda assim registrou 331 mil
visualizações.
- Como comparação, o termo "petrolão", tema que foi foco de Bolsonaro no debate, apareceu em apenas 66 mensagens.