Cadastre-se gratuitamente nas nossas newsletters

Há meses, Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) travam uma dura batalha nas redes sociais. E todos os sinais indicam que essa briga deve ser ainda mais pegada nesses últimos dias do segundo turno das eleições.

Esse não é um jogo de soma zero – ou seja, quando um ganha o outro perde – mas, é sim, uma corrida em busca de amplificação de mensagens, criação de narrativas, contra-ataques e, principalmente, a mobilização de militâncias digitais - as quais, como já se sabe, podem ajudar a definir os rumos de uma eleição.

A partir de dados do Political Pulse BR, aplicação que monitora políticos nas redes, o Núcleo analisou dados últimos 30 dias (23.set a 24.out.2022) de ambos os candidatos e constatou que, apesar do crescimento de Lula nessa reta final (especialmente em número de seguidores), Bolsonaro ainda consegue amealhar mais engajamento.

Gráfico Interativo
Gráfico Interativo

Métrica

  • Engajamento (likes, comentários, compartilhamentos) é uma métrica importante por seu potencial de amplificar o alcance de posts e, consequentemente, das mensagens de um político nas redes sociais.
  • Seguidores é uma métrica de popularidade, importante para conseguir engajamento e notoriedade, mas não é necessariamente uma garantia de conversão em alcance e engajamento.
  • Quanto mais um perfil publica nas redes sociais, mais esse perfil "dilui" seu engajamento.
  • Por exemplo: se fossemos considerar apenas números brutos de engajamento, Lula teria mais do que Bolsonaro no Twitter (23,8 milhões x 17,9 milhões, respectivamente). No entanto, Lula tem 3x mais posts (926) do que Bolsonaro no período analisado, e suas interações totais por post (melhor métrica de engajanento) são diluídas.

Estratégias

O bolsonarismo mantém suas redes engajadas com frequente uso de desinformação, ataques a adversários e discurso divisionista. É uma fórmula que funciona para o presidente Bolsonaro.

Essa análise não compara estratégias, e sim dados.

Embora parte dos apoiadores de Lula tenha ensejado uma reação mais agressiva nos últimos meses (em uma iniciativa informalmente conhecida como "janonização", em referência ao deputado André Janones), em geral a direita ainda consegue engajar mais.

Acesse os dados aqui

Texto Sérgio Spagnuolo
Edição Julianna Granjeia