Em menos de um mês do novo governo, o Ministério da Saúde já firmou um compromisso com a vacinação no país. Recentemente, a ministra da saúde Nísia Trindade anunciou a inclusão das vacinas contra a COVID-19 no Plano Nacional de Imunização (PNI), um grande marco para o enfrentamento da COVID-19 no país.
Em seguida, conversei com a imprensa. As ações prioritárias do @minsaude incluem uma campanha de vacinação prevista para fevereiro. A vacina Covid vai estar no calendário do #PNI, e temos de recuperar as altas coberturas nas demais vacinas. (2/6)https://t.co/S3xzs3CfKl
— Nísia Trindade Lima (@nisia_trindade) January 11, 2023
A ministra também falou sobre o planejamento da imunização contra a Covid-19 dentro do calendário de vacinação. “A vacina Covid vai estar no calendário regular do PNI, mas nós temos a grande tarefa de recuperar as altas coberturas vacinais no Brasil", ressaltou. pic.twitter.com/GbtY8Sn9XY
— Ministério da Saúde (@minsaude) January 10, 2023
Segundo o Estadão, a decisão "prevê a utilização da vacina bivalente desenvolvida pela Pfizer com eficácia comprovada contra a variante Ômicron original e a cepa BA.1 do coronavírus".
A campanha de vacinação, que tem início previsto para fevereiro de 2023, deve seguir a lógica da campanha de vacinação contra a gripe, incluindo seus grupos prioritários.

Cabe reforçar que mais informações ainda serão compartilhadas e que esse planejamento considera a manutenção de um cenário em que a sub-linhagem da Ômicron, BQ.1/BQ.1.1 (comentamos neste Polígono) siga predominante o país.
Ou seja, a frequência da vacinação pode sofrer modificações, assim como novos grupos podem também ser incluídos na população prioritária, dependendo do cenário que encontrarmos.
Cenário atual
A inclusão da vacina no PNI parte de um cenário preocupante, em que as coberturas vacinais para as doses de reforço contra a COVID-19 encontram-se significativamente baixas, como mostra o cientista de dados da Rede Análise, Isaac Schrarstzhaupt.
Na região Sul, já vemos um aumento de óbitos sendo notificados, inclusive na última semana: //7 pic.twitter.com/vmAKO5ZClO
— Isaac Schrarstzhaupt (@schrarstzhaupt) January 5, 2023
Estamos vendo o surgimento e avanço de novas variantes, como a XBB.1.5., que podem modificar nosso cenário e, por isso, precisa de um extenso acompanhamento vigilante.
Presente em +29 países, a XBB.1.5 (variante recombinante da Ômicron) tem causado um rápido aumento de novos casos em países como os EUA, estando presente em mais de 75% em NY.
— Mellanie Fontes-Dutra (Mell) 🌻 (@mellziland) January 13, 2023
Seu escape imunológico preocupa, porém, há boas notícias pras vacinas 👇🧶 pic.twitter.com/4SDOm17IyN
Essas diferenças nas coberturas vacinais do país podem criar uma espécie de "bolsão", onde regiões de coberturas mais baixas podem experienciar um aumento da transmissão do agente infeccioso, aumentando o risco de surgimento de novas variantes. Isso pode trazer consequências para todo o país.
Hesitação vacinal
A baixa cobertura vacinal pode ter múltiplas causas. No entanto, infelizmente, uma delas pode residir na hesitação vacinal no Brasil, que cresceu no último ano, como mostra a reportagem de Ana Botallo.
Importante: estudo do @ISGLOBALorg aponta para aumento da aceitação global de vacinas, mas o Brasil vai na contramão e apresenta um pequeno aumento da hesitação vacinal em 2022 em relação ao último ano
— Ana Bottallo (@anabottallo) January 10, 2023
Leia mais na @folha https://t.co/3hFzrkrXiR
Essa hesitação também respinga em muitas outras vacinas já anteriormente aprovadas para outras doenças preveníveis por vacinação. O virologista e pesquisador em saúde Felipe Naveca comenta esse retrocesso.
Infelizmente esse é mais um sinal que andamos para trás nos últimos anos. Nós que sempre fomos referência mundial por conta do PNI vimos o retorno do sarampo, agora estamos vendo a hesitação com a vacina contra a COVID. Vacinas salvam vidas! https://t.co/JlPzR31D9p
— Felipe Gomes Naveca (@fnaveca) January 10, 2023
Ainda estamos em uma pandemia de um vírus que já temos conhecimento de como nos proteger. A vacinação é uma estratégia importante que tem seu destaque no nosso hall de ferramentas. Por isso, esteja com seu esquema vacinal completo e reforços em dia.
E se estiver em um ambiente de risco de contatos (aglomerado ou mal ventilado), use máscaras de proteção facial.
O vírus segue o mesmo, mas a gente precisa seguir dando menos oportunidades de ele nos encontrar.