Orcas vs. barcos

Na última edição, falamos dos fósseis roubados e do colonialismo que dificulta a pesquisa científica. Hoje continuamos na mesma seara, com uma nota do convidado que discute os altos custos de publicação em periódicos de prestígio.
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Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro. Na última edição, falamos dos fósseis roubados e do colonialismo que dificulta a pesquisa científica. Hoje continuamos na mesma seara, com uma nota do convidado que discute os altos custos de publicação em periódicos de prestígio. Também trazemos um alerta urgente sobre o meio ambiente. Este é o Polígono desta terça, 30/05/2023.


Natureza em risco
O Congresso tem tomado uma série de decisões que ameaçam o meio ambiente e o trabalho do Ministério do Meio Ambiente. Entre elas, a transferência de órgãos para outras pastas e a aprovação de uma Medida Provisória que pode desmatar ainda mais a Mata Atlântica, o bioma menos preservado do Brasil. A esperança é que Lula vete a MP, mas há sinais de que isso pode não acontecer.

Foz do Amazonas
Nessa seara de retrocessos, a pauta mais quente nas redes de ambientalistas foi a possível exploração de petróleo na Foz do Amazonas, uma região sensível, preciosa e biodiversa, como definiu o site ClimaInfo. Teve até gente querendo saber mais que o Ibama, que já vetou o projeto. A biodiversidade de lá impressiona, mesmo pouco estudada.

Mais quente
As mudanças climáticas dão aquela impressão de algo que vai acontecer no futuro. Mas estamos falando de problemas no curto prazo. A oceanógrafa Adriana Lippi destacou um gráfico do Painel Internacional das Mudanças Climáticas que mostra que a nossa geração mesmo já vai sofrer.

Neuralink
A Neuralink, empresa de Elon Musk que desenvolve chips cerebrais, recebeu aprovação para iniciar testes em humanos nos Estados Unidos. A ideia é tratar doenças como obesidade e depressão. Vale lembrar que, em 2022, a imprensa noticiou que milhares de animais submetidos aos estudos pré-clínicos morreram.

Time orca
Um grupo de orcas foi filmado ao redor de barcos na Península Ibérica. Segundo cientistas, três embarcações afundaram por conta desse comportamento agressivo que parece estar se espalhando. Mas por enquanto trata-se de uma exceção, já que orcas em geral não atacam humanos. Quando o fazem, em geral é sob provocação.

Você viu?

  • O Pedro Loos fez um vídeo bacana explicando a história das galáxias mais velhas do universo.
  • Aposto que você não pensa muito sobre musgo, mas um estudo descobriu que eles são mais vitais para o ecossistema do que se acreditava.
  • Sabia que podem existir ciclones em Urano?
  • Nova York está afundando pelo peso dos seus arranha-céus, mostrou um estudo.
  • E o Oscar vai para… o gambá que pratica tanatose, ou a arte de se fingir de morto.
  • Estava com saudades do pão x fóssil? Pois a Beatriz Hörmanseder ataca novamente, com um jogo de adivinhação de crânios.

Nota do convidado

O alto custo de publicar pesquisas em jornais científicos de prestígio

Por Ariel Sieber, biólogo da Universidade de São Paulo (USP)

Virou praxe nos periódicos científicos o sistema de acesso aberto, no qual os artigos são disponibilizados na íntegra, sem custos, para todos.

A ideia de que toda a informação científica circule livremente é eticamente inquestionável. Porém, para isso, as casas editoriais cobram taxas dos autores ou das suas instituições de origem. Essas taxas aumentaram muito nos últimos 20 anos, enquanto as margens de lucro da indústria editorial chegam a superar 25% em alguns casos.

Mais ainda: os custos aumentaram mais para os jornais de maior reputação na comunidade acadêmica. Hoje, alguns deles cobram acima de 55 mil reais para publicar um artigo e disponibilizá-lo para os leitores.

A maioria do financiamento da ciência no mundo se faz com dinheiro público, então são esses fundos os que financiam essa indústria. Mesmo sendo questionável, países ricos podem pagar taxas altíssimas. Já os em desenvolvimento, como o Brasil, com orçamentos para ciência e tecnologia mais limitados, não podem se dar esse luxo.

As editoras oferecem uma aparente solução: isenções para países de baixa renda, assim classificados segundo diferentes índices. Mas a maioria dos países elegíveis não produz ciência massivamente, enquanto nações em desenvolvimento, que produzem ciência em quantidade e qualidade, não são elegíveis. É o caso do Brasil.

Estamos em uma situação de crescente desigualdade nas oportunidades de desenvolver uma ciência de prestígio internacional. Recentemente, publicamos um artigo sobre o assunto. Para ler mais, clique aqui.

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