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Bom dia! Aqui é a Meghie Rodrigues e hoje vamos falar de um grande feito da NASA com a Boeing, de um estudo que diz que explorar fontes fósseis com o argumento de segurança energética é balela, e de testes em curso com vacinas para câncer. Na nota do convidado, a oceanógrafa Adriana Lippi conta por quê a proposta de emenda constitucional conhecida como "PEC da privatização das praias" pode ser prejudicial também ao meio ambiente.
Vacinas contra câncer
O Reino Unido está realizando ensaios clínicos para testar vacinas de RNA mensageiro (a mesma tecnologia usada em algumas vacinas contra Covid-19) para o combate do câncer. O estudo termina em 2027 e a ideia é treinar o sistema imunológico para reconhecer e combater células cancerígenas. Um paciente de 55 anos é o primeiro a receber o tratamento após uma cirurgia e quimioterapia para tratar câncer de cólon. Em outro estudo, a farmacêutica Moderna obteve bons resultados com vacinas contra melanoma avançado.
Energia fóssil? Não, obrigado
Um estudo publicado na revista Science argumenta que o mundo não precisa abrir novas frentes de exploração de combustíveis fósseis para suprir a demanda de energia global até 2050. Além do mais, um relatório publicado pela Agência Internacional de Energia ano passado dá conta de que, em 2030, a demanda por combustíveis fósseis vai ser 25% menor que a atual. Em tempo: o estudo é mais uma pedra na montanha de evidências que coloca em xeque projetos de exploração de petróleo como a perfuração do Bloco 59 na Foz do Amazonas.
No fio da navalha
Depois de alguns adiamentos, a Starliner, cápsula espacial da Boeing, conseguiu se acoplar à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) na última quinta-feira. Um problema em cinco dos 28 propulsores da nave (e quatro vazamentos de gás hélio) atrasou um pouco a missão, mas no final deu tudo certo: a cápsula atracou na Estação e os dois astronautas a bordo — Butch Wilmore e Suni Williams — se juntaram a outros colegas da ISS, com quem devem ficar por oito dias. Gol da NASA.
* Seu crush faz isso?
* Faz pergunta difícil não, Marte!
* Esses macaquinhos são geniais!
* A diva sobreviveu. 🐍
* Civilizações humanas têm "prazo de validade"?
* Essa tecnologia brasileira tem muito potencial. 🧓
* Como criar um fake viral?
* Egípcios já sabiam o que fazer com câncer cerebral 🤯
* Coisa mais linda, esse mapa! ❤️
* A "geleira do Juízo Final" está derretendo.
* Enquanto isso, no Brasil, mais uma boiada passou. 😶
Nota do convidado
Privatizar praias pode atrapalhar adaptação climática no Brasil
Por Adriana Lippi, oceanógrafa e mestranda em Ciência e Tecnologia do Mar pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
A Proposta de Emenda à Constituição da Privatização da Praias (PEC 03/2022) ganhou manchetes por ter virado ponto de discórdia entre influencers de grande alcance. A PEC, que tramita pelo Senado, extingue os Terrenos de Marinha, que nada tem a ver com a Marinha, forças navais, mas são áreas terrestres que têm influência de ambientes marinhos, como margens de rios, lagos, praias e encostas, que são de propriedade da União Federal.
Hoje muitas dessas áreas são ocupadas e os ocupantes pagam algumas taxas anuais pela cessão de uso, como celebridades que têm casas em ilhas ou casarões nas encostas do litoral. Com o fim dos Terrenos de Marinha, essas pessoas poderiam comprar em definitivo estes terrenos e serem os proprietários de fato, de interesse especial pelos setores de construção e hoteleiro.
Apesar de a PEC não derrubar a garantia de acesso público à praia (isso aí cabe ao projeto de lei 4.444/2021), ela estimula a ocupação e cercamento de mais áreas costeiras e pode potencializar conflitos de acesso às praias, como os casos mostrados na reportagem de 2017 da Agência Pública. Destes, o mais emblemático é de um condomínio de luxo que coloca diversos obstáculos para os pescadores da comunidade caiçara local chegarem à praia para seu trabalho.
O ambiente costeiro tem um grande valor imobiliário e turístico, mas a discussão pública pouco focou no valor ambiental e climático dessas áreas. A ocupação dessas áreas irá destruir os remanescentes do bioma aumentando as emissões de gases de efeito estufa por mudança do uso da terra.
Outra questão é que as construções litorâneas são mais vulneráveis a eventos extremos vindos do mar como ressacas e tempestades. Em países como Espanha, os governos têm tido grandes gastos para desapropriar as construções costeiras para criar obras públicas de adaptação climática.
Garantir o direito de comunidades tradicionais a essas áreas também é algo essencial que ficou de escanteio na discussão. Muito mais do que uma rinha de celebridades, essa PEC coloca em jogo garantias ambientais e climáticas para proteção da nossa população.