Inquéritos da PF sobre nazismo online bateram recorde em 2023

Foram abertos 129 processos apenas no ano passado; maior concentração de inquéritos abertos está nas regiões Sul e Sudeste
Inquéritos da PF sobre nazismo online bateram recorde em 2023
Arte por Rodolfo Almeida
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O número de inquéritos policiais abertos pela Polícia Federal em 2023 para investigar crimes de apologia ao nazismo em redes sociais cresceu em quase 4 vezes em relação ao ano anterior.

Foram 129 processos abertos no ano passado, em comparação a 34 em 2022, segundo dados obtidos pelo Núcleo via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Os dados mais recentes indicam 2023 como o ano com mais inquéritos abertos pela PF por nazismo no âmbito virtual.

INVESTIGAÇÕES EM ALTA. O número de inquéritos pela PF envolvendo nazismo (não apenas online) tem crescido consistentemente nos últimos anos.

A Fiquem Sabendo reportou de 66 investigações abertas pela PF em 2019 e 93 de janeiro a novembro de 2020 – combinados, esses dois anos representam mais inquéritos do que nos 15 anos anteriores somados. A agência não especificou quantos casos envolvem redes e plataformas.

Vale notar que a solicitação do Núcleo abrangeu apenas casos de apologia ao nazismo em redes e plataformas – portanto, pode haver mais inquéritos, inclusive aqueles sob sigilo.

Ajude o Núcleo a fazer pedidos via Lei de Acesso a informação como esse com apenas R$10.

OS ESTADOS. A maior concentração de inquéritos abertos está nas regiões Sul e Sudeste. São Paulo lidera com vinte e sete inquéritos abertos, seguido pelo Rio de Janeiro, com vinte e dois processos.

Os estados do Amazonas, Rondônia, Piauí, Ceará e Amapá não possuem inquéritos abertos durante o período — ao menos investigações que não estejam em sigilo.

EM ANDAMENTO. Dos 177 inquéritos abertos relacionados à apologia ao nazismo em redes e plataformas desde janeiro de 2021, 82 deles continuam em andamento, incluindo casos de três anos atrás, segundo informações enviadas pela PF.

PORQUE IMPORTA. O Núcleo reportou sobre grupos neonazistas e outras organizações de extrema-direita que fazem apologia ao nazismo no Brasil, destacando sua influência sobre jovens e sua ligação com crimes, como ataques em escolas.

O adolescente responsável pelo ataque em Aracruz (ES), que vitimou quatro pessoas, foi radicalizado em canais neonazistas no Telegram, por exemplo. Existem outros casos em que coisas semelhantes aconteceram.

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O que pedimos: o número total de investigações abertas entre 1 de janeiro de 2021 e 25 de janeiro de 2024 envolvendo o crime de apologia ao nazismo em redes sociais ou plataformas digitais, separados por unidade da federação e município.
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O que recebemos: além dos dados, a PF afirmou ter automaticamente removido processos “marcados com sigilo pela autoridade policial que preside o feito”.
Reportagem Sofia Schurig
Arte Rodolfo Almeida
Gráficos Rodolfo Almeida e Sofia Schurig
Edição Sérgio Spagnuolo

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