A instabilidade do Telegram

Dizer que o Telegram é um WhatsApp melhorado é fazer uma caracterização imprecisa do aplicativo.

Dizer que o Telegram é um WhatsApp melhorado é fazer uma caracterização imprecisa do aplicativo. Além de um aplicativo de mensagens, o Telegram também é, ao mesmo tempo, uma espécie de rede social.

O recurso de canais, por exemplo, está mais próximo de uma rede social. Um canal só permite o disparo de mensagens em uma via, de quem opera o canal àqueles que decidem segui-lo, e não tem limite de seguidores — podem ser milhões de pessoas.

Esse recurso, além dos super grupos, em que até 200 mil pessoas podem conversar ao mesmo tempo, tornou o Telegram um destino atraente para publicações jornalísticas e influenciadores interessados em diversificar suas plataformas.

O fato de o Telegram ainda não usar um algoritmo de recomendação para filtrar conteúdo é um bônus que o torna ainda mais atraente.

Nessa semana, o Telegram protagonizou cenas lamentáveis no noticiário político e jurídico brasileiro. A empresa disparou, por meio de contas oficiais, uma mensagem contrária ao projeto de lei 2630/20, o PL das fake news.

O episódio pegou mal e gerou reações, entre elas a do ministro Alexandre de Moraes, que ameaçou suspender o Telegram por 72 horas caso não cumprisse algumas demandas. (O Telegram as cumpriu.)

Tudo isso aconteceu pouco mais de uma semana após o Telegram de fato ficar indisponível no Brasil, por decisão da Justiça Federal do Espírito Santo, por não colaborar em uma investigação de células neonazistas agindo na plataforma.

Com uma postura rebelde, o Telegram queima um tanto do capital social que adquiriu ao longo de anos de trabalho. Não que as instituições brasileiras tenham agido de maneira impecável nesses episódios; é que o Telegram, em vez de fazer sua parte, jogou gasolina no incêndio.

Fica difícil justificar maiores investimentos em presença em uma plataforma que, de uma hora para outra, pode ficar indisponível no país inteiro.

O que mais saber

Artifact

Agora é possível seguir jornalistas específicos no Artifact. (Por ora, apenas publicações norte-americanas estão no aplicativo.) [@artifact_team/Medium]

Facebook

O Facebook expandiu seu programa de compartilhamento de receita com publicidade nos Reels. O Brasil está entre os 52 países elegíveis. Em breve, o programa chegará ao Instagram. [Meta]

Google

No evento Google I/O, a empresa anunciou o PaLM 2, seu novo modelo de linguagem/base para inteligências artificiais (pense nele como equivalente ao GPT-4 da OpenAI). [Núcleo]

LinkedIn

O LinkedIn parou de levar em conta perfis restritos e inativos nas contagens de seguidores. [LinkedIn]

Meta

A Meta anunciou o AI Sandbox, um punhado de novos recursos de IA gerativa (geradores de textos, tamanhos de imagens e fundos para imagens) para anunciantes. Ainda em testes, com expansão prevista para julho. [Meta]

Pinterest

O Pinterest simplificou o fluxo de criação de pins. Outra novidades: a plataforma agora permite links em todos os pins e tem reações (similares às do Facebook). [Pinterest]

Spotify

O Spotify removeu milhares de músicas geradas por inteligência artificial que estariam sendo usadas para gerar receita de maneira ilegal. [Engadget]

Spoutible

Primeira inovação do Spoutible? Rede candidata a alternativa ao Twitter lançou fios colaborativos — até quatro pessoas podem criar um juntas. [@cbouzy/Spoutible]

TikTok

O TikTok organizou o TikTok World, evento em que antecipa novidades da plataforma, e criou um mini-site para concentrar tudo que rolou lá. [TikTok]

Twitter

O Twitter liberou uma primeira versão das DMs com criptografia de ponta a ponta. Elon Musk disse para não confiar muito nela — por enquanto. [Twitter, @elonmusk/Twitter]

Musk prometeu iniciar a limpa de contas inativas no Twitter a fim de liberar os nomes de usuários, mas sem informar prazos. [Núcleo]

O Twitter está testando uma nova aba de “destaques” nos perfis. [@TitterDaily/Twitter]

WhatsApp

O aplicativo Truecaller, que identifica ligações de telemarketing, anunciou que estenderá sua funcionalidade ao WhatsApp e outros aplicativos de mensagens. [Reuters]

YouTube

O YouTube começou a testar o banimento de bloqueadores de anúncios na plataforma. [Android Police]

A leva de novidades do YouTube desta semana trouxe posts com prazo de validade e melhorias em músicas para criadores. [@creatorinsider/YouTube]

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