Big Tech reage (de novo) a avanço de PL das Fake News

Como em 2022, empresas estão se movimentando contra votação da urgência do PL 2630

Com a expectativa de que o projeto de lei 2630/2020, conhecido como PL da Fake News, seja votado na Câmara dos Deputados ainda nesta semana, as empresas de tecnologia têm se posicionado de maneira contrária ao projeto.

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O PL 2630/2020, cujo nome oficial é Projeto de Lei de Responsabilidade e Transparência para Plataformas Digitais, foi proposto originalmente pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). A lei visa regular o funcionamento de plataformas digitais e aplicativos de mensagem no Brasil e estabelece uma série de obrigações para as empresas provedoras.

No dia 19.abr.2023, a Associação Latino-Americana de Internet (ALAI), a Câmara Brasileira da Economia Digital (Camara-e.net) e a Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (ASSESPRO), três entidades que representam as empresas de tecnologia, publicaram carta defendendo a rejeição da urgência do PL 2630.

As entidades apontaram riscos trazidos pelo projeto:

  • restrição da liberdade online;
  • controle estatal do discurso;
  • aumento da desinformação no ambiente online;
  • ameaça à publicidade digital, prejudicando marcas, criadores e pequenas empresas;
  • vigilantismo;

Em 20.abr.2023, o Google lançou um manifesto em que defende o adiamento da votação do projeto de lei. Na avaliação da empresa, o texto está prestes a ser votado "sem que a sociedade tenha tempo necessário para debater o tema com profundidade", e comparou a tramitação com o processo que culminou no Marco Civil da Internet, em 2014.

Assim como o Google, a carta das entidades setoriais também criticou o processo de tramitação e elaboração do projeto de lei 2630, chamando-o de "tortuoso e fechado".

DÉJA VU. O movimento é muito semelhante ao que se viu em 2022, quando o texto teve sua urgência rejeitada na Câmara dos Deputados.

Em fev.2022, Meta, Google, Mercado Livre e Twitter divulgaram carta aberta criticando o projeto de lei.

Meta, Google e Twitter mostram preocupação com PL das fake news
Em carta aberta, as quatro gigantes afirmam que o texto do PL “representa uma potencial ameaça para a Internet livre”.

Em mar.2022, a Meta comprou anúncio de página inteira nos principais jornais do país e muita publicidade por parte de grandes plataformas foi veiculada.

Meta investe em anúncio de página inteira sobre PL das Fake News
Anúncio veiculado em principais jornais do país alerta sobre consequências a pequenas empresas, mas não entra em detalhes

Na época, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do texto na Câmara dos Deputados, disse que a Meta estava fazendo "chantagem" para minar o projeto de lei.

Meta faz chantagem para minar PL das Fake News, diz relator
Relator do PL das Fake News reclama de abordagem do Facebook/Meta no debate do projeto.
Orlando Silva se irrita com investida da big tech contra PL das Fake News — de novo
Desta vez, anúncio de página inteira foi pago pelo Google.
Texto Laís Martins
Edição Sérgio Spagnuolo

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